Espetáculo de relato ficcionado, simbolizado num objeto artístico, com vista a perpetuar a memória, promovendo o que é inerente à cultura do povo madeirense – a sua história.
A partir das vivências comuns será retratado em cena o quotidiano das vidas daqueles que não são registados como figuras históricas, mas que são na essência os protagonistas da História. São eles que nos fazem construir o imaginário do que seria o sentir e o pensar de um tempo que já não é vivido, mas relatado, transmitindo o que era a vida de um tempo de outrora – antes do 25 de Abril.
Em tempos de celebração da Democracia, temos como preocupação dar a conhecer às populações mais jovens a sua ausência, para o seu reconhecimento e consequente valorização.
Pretendemos fazê-lo através do confronto do antes e depois do 25 de Abril de 1974, tempos dicotómicos que se completam na vivência do presente e formulam a identidade do que cada um de nós é, vive e se transcende nos seus sonhos e aspirações, medos e incapacidades, qualidades e talentos.
Na sua dramaturgia, teremos no fio condutor ideias, ações, desejos, frustrações dos que viveram esta época e fizeram das suas vidas, História. Aqui, o passado traz-nos a linha do horizonte e o futuro a linha do imaginário, sendo a linha cronológica uma guia de narração.
De modo a tornar mais acessível esta realidade a todos aqueles que não viveram em Ditadura, colocamo-la como um jogo, tendo como charneira o ano de 1974, apresentando situações de costumes, moralidade e lei, contrastando com olhares da atualidade.
A utilização de recursos audiovisuais no espetáculo dará a este uma linguagem contemporânea, muito do agrado das gerações mais jovens, fazendo com que este projeto seja, simultaneamente, pedagógico e aliciante para quem vê.