A greve inicia-se no dia 22 de agosto, com ocupação das instalações perante a ausência de resposta da administração às revindicações dos trabalhadores, que se centravam sobretudo nos saneamentos, nomeadamente do diretor Carlos Machado, que seria preso na sequência da manifestação da «maioria silenciosa». Os trabalhadores contestavam ainda o que consideravam ser a linha editorial de extrema-direita e o sistema salarial.
No dia 27 realiza-se uma manifestação de apoio à greve do Jornal do Comércio. No mesmo dia, forças do COPCON, do Regimento de Artilharia Ligeira 1 e da PSP cercam as instalações do jornal, ocupadas pelos trabalhadores, e no dia seguinte selam-nas com o objetivo de impedir a publicação do jornal de greve. Não obstante, os trabalhadores prosseguem a sua greve, enquanto negoceiam com o Ministério do Trabalho e com a administração do grupo Quina, proprietário do jornal. O Sindicato dos Jornalistas, em solidariedade, convoca uma greve nacional de 24 horas dos jornais. Já o PCP critica a luta e a greve no Jornal do Comércio, onde era grande a influência da extrema-esquerda.
A greve faz-se de forma abertamente contrária à Lei da Greve, promulgada pouco antes, e a publicação pelos trabalhadores de um jornal de greve contra a Lei da Imprensa.
Tudo terminará após a prisão de Carlos Machado. Esta luta será evocada pelo Grupo de Ação Cultural (GAC), justamente numa canção chamada «A Luta do Jornal do Comércio»:
«Ó Machado vai-te embora que nós não te queremos cá
Nós estamos vigilantes
O fascismo não passará
22 dias passaram e a greve continua
Nem que o ministro não queira
E o Machado há-de ir para a rua»