Un-lock Brands criou a identidade visual para as comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril.
“É tão importante celebrar o 25 de Abril como celebrar a democracia e todos os que a têm construído ao longo destes 50 anos”, bem como “estimular os que a vão consolidar nos próximos 50 anos”, frisa.
Miguel Viana reconhece que esta “não é apenas mais uma comemoração do 25 de Abril”, mas sim “um marco histórico”.
Por isso, as comemorações “mereciam ter uma identidade distinta, que celebre o passado, o presente e o futuro”, assinala.
“Quisemos criar uma marca diferente, por isso optámos por não usar simbolismos historicamente associados ao 25 de Abril”, refere, assumindo o distanciamento de “abordagens saudosistas e de tendências atuais demasiado marcantes”.
A inspiração da marca de design está “na dinâmica de cartazes e murais que define a comunicação política democrática pós-25 de Abril”, procurando ser “impressiva”, com “três cartazes que se complementam e que são afixados lado a lado”.
A marca 50X2 quis ser também desafiadora. “É uma mensagem codificada que estimula a descodificação e a participação neste momento único da nossa história”, descreve o diretor criativo.
Ao mesmo tempo, apresenta-se como uma marca dialogante e inclusiva. “Uma identidade que celebra o direito à liberdade de expressão, que celebra a relevância da política na sociedade e a pluralidade que só a democracia nos dá”, acrescenta.
A identidade visual – realça – “respeita todas” as “tendências e ideologias destes 50 anos” e procura “agregar os democratas de todos os espectros em torno da própria democracia”.
Ao mesmo tempo, “projeta a celebração do 25 de Abril para um futuro mais plural, integrador e inclusivo”, projeta. “Porque a democracia não é uma garantia. Há que lutar por ela todos os dias”, reconhece.
“Somos todos filhos do 25 de Abril. Pertencemos à geração privilegiada que cresceu num país democrático. Por coincidência, alguns de nós temos nas nossas relações pessoais e familiares, pessoas que tiveram envolvimento direto no 25 de Abril e na construção do regime democrático. Crescemos em famílias onde a consciência política e a participação cívica eram assunto e ação diários”, partilha.
Agradecendo o “privilégio” de poder criar a identidade visual das comemorações que se estenderão até final de dezembro de 2026, Miguel Viana deixa uma “homenagem” à geração dos pais, que ofereceu esse “bem tão precioso que é a democracia”.
Esse legado, reconhece, tem de ser valorizado “ainda mais” pelas gerações que se seguiram. “Porque vivemos tempos muito incertos onde a democracia é ameaçada por movimentos e regimes autocráticos. Porque mais cedo do que julgávamos temos de defender os seus valores fundacionais”, acredita.