Skip to main content

A crise académica de 1962: o início do fim da ditadura

No dia em que passaremos a ter mais dias de democracia do que ditadura, inaugura a exposição inicial das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Este momento, de um profundo simbolismo, é o ponto de partida para as comemorações oficiais dos 50 anos da revolução em Portugal – e, coincidência feliz, é também a data em que se cumprem os 60 anos da crise académica de Lisboa.

Fotografia: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril

 

A pretexto da evocação da crise académica de Lisboa, a exposição, inspirada pela frase “o 25 de Abril começou a 24 de março”, do Presidente Jorge Sampaio (que, em 1962, presidia à Reunião Inter-Associações dos Estudantes), mostra uma detalhada cronologia dessas “Primaveras Estudantis” que abalaram a ditadura.No dia 24 de março de 1962, o Estado Novo proibiu as comemorações do Dia do Estudante e a polícia ocupou a Cidade Universitária, em Lisboa. Os estudantes tentaram reagir à forma como o regime de Salazar impedia, pela força, que se assinalasse aquele dia simbólico. Por que decidiu a ditadura enfrentar os estudantes em 1962? Esta pergunta suscita, ainda hoje, várias respostas.

A exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril” pretende mostrar a importância do movimento estudantil para a democracia portuguesa.

Filmes originais guardados nos arquivos da Cinemateca, sons da rádio pública, fotografias censuradas que nunca puderam ser impressas nos jornais, textos escritos às escondidas e distribuídos com regras de segurança apertadas, autocolantes artesanais e muitos outros objetos de valor histórico, recolhidos em coleções privadas e arquivos pessoais, estarão em exibição nos monitores, pontos de escuta e vitrines.

Esta viagem inclui ainda um mural de homenagem aos mais de 900 estudantes presos durante a ditadura.

Coordenada por Álvaro Garrido, professor de História da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e autor de obras de referência sobre este período histórico, uma equipa de três historiadores (Ana Sofia Ferreira, Francisco Henriques e Gil Gonçalves) e um jornalista (Paulo Pena) produziu, com conceção e realização museográfica de António Viana, uma detalhada cronologia dos acontecimentos dessas “Primaveras Estudantis” que abalaram a ditadura e formaram civicamente várias gerações.

A exposição estará patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, até dia 4 de setembro, período durante o qual os serviços educativos organizarão visitas comentadas, seguindo para Coimbra no último trimestre do ano.

Condições de acesso ao evento

Acesso Livre

#50anos25abril