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50 anos de Novas Cartas Portuguesas.Abril de 1972.

 

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa publicam Novas Cartas Portuguesas, tendo como ponto de partida as Cartas Portuguesas, romance epistolar publicado anonimamente, em 1669, e atribuído à freira Mariana Alcoforado. Em Novas Cartas Portuguesas, os textos escritos pelas três autoras – cuja autoria de cada uma nunca foi, até hoje, revelada – abordam temáticas tão diversas como a paixão, a clausura feminina, a escrita, o sentimento de isolamento e abandono, a guerra, fazendo um paralelo inequívoco e crítico da sociedade portuguesa de então. Em 1973, as autoras seriam levadas a julgamento pelo Estado Novo, que prontamente colocou a máquina da censura a trabalhar ao retirar o livro do mercado sob a acusação de este ser “insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública”. O processo judicial das “Três Marias” (nome por que ficaram conhecidas as escritoras), que apenas terminou aquando do 25 de Abril de 1974, teve repercussões políticas e sociais transfronteiriças, tendo sido apelidado, na época, como a primeira causa feminista internacional pela organização norte-americana National Organization for Women (NOW).

 

Em 2022, 50 anos volvidos, Catarina Rôlo Salgueiro e Leonor Buescu trazem as Novas Cartas Portuguesas à cena, a par com documentação histórica da época, pretendendo convocar uma reflexão em torno da memória coletiva de um país, da sua gente e do seu tempo.

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