Foto de Mark Angelo Harrison.
A democracia, uma conquista com apenas 50 anos, tem demonstrado sinais de fragilidade em Portugal e no mundo, expressos no crescimento da narrativa de extrema-direita, numa descrença política generalizada e nas crises, até agora, sem resolução, como a da habitação ou a da desigualdade social.
«Gestos que Lembram Abril» propõe a construção de uma memória histórica coletiva, apresentando a linha cronológica que levou à Revolução do 25 de Abril e à implementação da Democracia. Para isso, o projeto promove o conhecimento de músicas de resistência ao Estado Novo em formato de concertos, gerando uma oportunidade de refletir sobre os acontecimentos sócio-políticos que levaram à escrita das canções. Trata-se de uma forma de cruzar a aprendizagem da História e da Cidadania através da Arte, entendendo o passado e analisando o futuro. Estas canções, bastiões dos ideais revolucionários, serão parte de um repertório a ser escolhido democraticamente pelo grupo de jovens participantes que formarão parte de um grupo de coro. Este grupo será guiado por um maestro de soundpainting (uma técnica criativa de dirigir grupos).
O projeto integra jovens surdes e ouvintes, sendo acompanhado pela equipa de intérpretes de Língua Gestual da escola, ensinando todas as pessoas participantes a interpretar várias frases das canções e da narração. Lança-se então o desafio de abraçar diferentes formas de comunicar: a música, o canto, a língua gestual e o soundpainting.
Músicos/as: André Viegas, Mariana Ramos Correia, Nuno Cintrão, Tozé Bexiga, Vera Marques (Puçanga).
«Gestos que Lembram Abril» é um dos 45 projetos apoiados pelo programa «Arte pela Democracia», uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes.
O Programa «Arte pela Democracia» promove projetos artísticos que se enquadrem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que contribuam para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da democracia.
É dirigido a projetos artísticos nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar.
A primeira edição, lançada em 2023, teve uma dotação orçamental de um milhão de euros. Selecionou um total de 45 projetos, que abrangem todo o país.