Num impulso educado por vidas opostas (educação e idade adulta), Isabel Cordovil utiliza qualquer suporte para pensar a medida da sua vida dentro da arte contemporânea. As suas peças são monumentais em pequena-grande escala. Curtos poemas épicos. Nelas são prestadas homenagens, existem autores e amores mencionados, existe morte, tudo por entre objetos comprados, dados ou encontrados. A sua obra, raiz feminista e queer, não tem qualquer estilo reconhecível. A artista diz: “Fazer arte é ter um desejo quase sôfrego de entendimento”. Parta-se, então a arte pela vida, ou o contrário. O que é comum a todo o seu percurso, de raiz conceptual, é aquilo que é instrumento dessa procura de entendimento: a linguagem percorre todo o seu trabalho, dos títulos como poemas demasiado curtos, às palavras em voz alta, ou livros publicados e oferecidos. A sua produção de esculturas, objetos e imagens é movida pela chamada idea art.