“Anónimos de Abril”, com músicas de Rogério Charraz e letras de José Fialho Gouveia, é um espetáculo que homenageia homens e mulheres que foram determinantes para a Revolução e para a Resistência, mas que acabaram por ficar apenas nos rodapés da História. Joana Alegre e João Afonso sobem também ao palco para dar voz e alma a canções originais e inéditas que falam de clandestinidade, perseguição, tortura, fugas, gestos de humanidade e muito mais, imortalizando assim gente que lutou pela Liberdade.
Branca Carvalho viveu e trabalhou na clandestinidade, deixando para trás família e amigos, tendo sido vítima de assédio sexual pelo seu companheiro de clandestinidade e pelo próprio contacto do partido.
Francisco Sousa Mendes seguia na coluna de Salgueiro Maia que partiu de Santarém para deitar abaixo o regime que o seu avô, o cônsul Aristides Sousa Mendes, enfrentara 30 anos antes, concedendo vistos a judeus, durante a segunda guerra mundial.
Luis Alves e Herculana Carvalho obtiveram a rara autorização para visitar o filho na prisão do Tarrafal. Aproveitaram a viagem para fotografar os presos e no regresso entregar as imagens recolhidas às suas famílias.
Albina Fernandes foi presa em 1961 e enviada para a prisão de Caxias, onde dormia de joelhos agarrada às mãos dos filhos para não os levarem de noite.
O Padre Alberto Neto foi uma voz dissonante numa igreja que foi cúmplice do regime. Enquanto capelão da Capela do Rato, desempenhou um papel fundamental no espoletar da célebre vigília de oposição à Guerra Colonial, em 1972.
Estas são algumas das histórias que retratamos em 14 canções inéditas, que são apresentadas em palco com apoio fotográfico de Alfredo Cunha e de imagens de todos os homenageados obtidas junto das famílias ou na Torre do Tombo.