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Os Serviços de Investigação estavam instalados no terceiro piso do edifício da Rua António Maria Cardoso, onde eram conduzidos os interrogatórios dos presos, submetidos a grande violência e torturas várias. Foi numa sala desse piso que morreu, em 1949, o preso político António Almeida, da Marinha Grande, após ser violentamente espancado e torturado. Foi também aí que morreu o comunista João Moreira, em 1950. Segundo a versão da PIDE, ter-se-á precipitado da janela do gabinete onde se encontrava a ser interrogado para o pátio do edifício. Esta polícia foi novamente responsável, por exemplo, pela morte de Raul Alves, operário de Vila Franca de Xira, que terá «caído» do 3.º andar, em 1 de agosto de 1957. Desta vez, o crime foi testemunhado pela mulher do embaixador do Brasil, cuja casa estava situada na Rua dos Duques de Bragança, nas traseiras da sede da PIDE.

Edifício da Delegação da PIDE/DGS do Porto, na Rua do Heroísmo: Manifestação junto ao Portão com a participação de Virgínia Moura, Olívia Vasconcelos, Óscar Lopes e Carlos Papiniano, 26 de Junho de 1974. Fotografia de António Cordeiro.Fonte: Centro Português de Fotografia

 

A subdelegação, depois delegação da PIDE/DGS, no Porto, situada na esquina da Rua do Heroísmo n.º 345 com o Largo Soares dos Reis, tinha uma prisão privativa com celas, quartos e salas, onde os presos eram interrogados. Por baixo do vão de uma escada havia ainda a designada cela 5 – na qual se podia apenas dar um passo – e, no primeiro andar, um «quarto especial», com 2,5m por 1,90m, junto a uma instalação sanitária, que tinha no seu interior uma outra instalação sanitária, no qual eram habitualmente encarceradas as presas políticas.

Em fevereiro e março de 1957, com quinze dias de diferença, aí morreram os detidos Joaquim Lemos Oliveira, de Fafe, e Manuel (Fiúza) da Silva Júnior, de Viana do Castelo, onde estavam em regime de isolamento.

Em Coimbra, havia uma inspeção da PVDE, instalada num edifício da Rua Alexandre Herculano, que depois passou a subdelegação e a delegação. Foi José Malheiro Sacchetti, inspetor na PIDE, que em 1950 chefiou a então subdelegação de Coimbra, reorganizando-a. Em 1954, a subdelegação de Coimbra recebeu instalações mais apropriadas, na rua Antero de Quental, e os seus efetivos foram aumentados.

#50anos25abril