Depois de, no dia 20 de setembro, o Governador de Angola, Rosa Coutinho, ser chamado a Lisboa, Spínola reúne-se no dia 21 com dirigentes da FICO e recebe as chamadas «forças vivas de Angola» na manhã de 27 de setembro.
Estes contactos levam vários protagonistas dos acontecimentos a chamar a atenção para uma articulação entre o 28 de Setembro e manobras de Spínola na frente africana, nomeadamente com o objetivo de assumir o controlo da descolonização de Angola. Segundo Sánchez Cervelló (1993, pp.208, 270-271) o referido encontro com os movimentos angolanos tinha como objetivo estes formarem um novo governo, uma vez demitido Rosa Coutinho. Haveria ainda vários grupos de civis, com ligações nas Forças Armadas, preparados para tomar o poder «à rodesiana».
Outros protagonistas, como Vasco Lourenço vão mais longe e sustentam que o plano de Spínola se desdobrava por três frentes, com ações em Moçambique e Angola que culminariam com o 28 de Setembro em Lisboa. Teria sido a precipitação dos acontecimentos de 7 de setembro em Moçambique a fazer abortar o plano geral.
Manifestação Anticolonialista promovida pelo Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), Comissões de Base Sindicalistas, Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR), Liga Comunista Internacionalista (LCI) e Unidade Revolucionária Marxista-Leninista (URML). Lisboa, 25 de maio de 1974.
Fonte: RTP Arquivos