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A resistência anticolonial e a exigência de autodeterminação dos povos colonizados pôs fim ao mito da “vocação colonial” de Portugal e Espanha que estava no centro da propaganda das duas ditaduras ibéricas. Ao contrário de Salazar, Franco evitou pôr em causa a estabilidade do regime por causa das últimas colónias espanholas e, a contragosto, aceitou a independência de Marrocos (1956) e da Guiné Equatorial (1968).

Salazar, pelo contrário, recusou qualquer negociação. Em 1961, não só não conseguiu impedir a reintegração de Goa na Índia, como empurrou Portugal para mais longa e mais mortífera das suas guerras. A luta de libertação começou em Angola (1961) e estendeu-se à Guiné-Bissau (1963) e a Moçambique (1964). Desde o seu início a violência colonial abateu-se sobre as populações africanas. A Revolução pôs fim à guerra e permitiu a descolonização (1974-75).

Dois casos ficaram por resolver em 1975. No Sahara Ocidental, o governo de Franco incumpriu a promessa de um referendo e abriu as portas à ocupação do Sahara por Marrocos e pela Mauritânia. Desde 1973 que a Frente Polisario reivindica a independência em nome do povo saharaui, e a sua resistência não cessou desde então. Em Timor-Leste, o processo de independência foi brutalmente interrompido pela ocupação indonésia que só terminou em 1999.

 

Página do relatório da “Ação Punitiva da Pacificação” na sanzala de Mihinjo, em Angola, realizada a 29 de abril de 1961, na qual se relata os fuzilamentos e decapitações de civis angolanos perpetradas por tropas portuguesas e auxiliares. Fonte: ANTT, PIDE/DGS, Del. Angola, Cx.7, NT 11568, fl.2 / PT/TT/PIDE-DA-NT 11568 Página do relatório da “Ação Punitiva da Pacificação” na sanzala de Mihinjo, em Angola, realizada a 29 de abril de 1961, na qual se relata os fuzilamentos e decapitações de civis angolanos perpetradas por tropas portuguesas e auxiliares. Fonte: ANTT, PIDE/DGS, Del. Angola, Cx.7, NT 11568, fl.2 / PT/TT/PIDE-DA-NT 11568
Relatório do Serviço de Centralização e Coordenação de Informações do Governo Geral de Moçambique sobre o mês de janeiro de 1968. Página referente ao balanço de mortes e feridos só na província de Cabo Delgado. Fonte: ANTT, Serviços de Centralização e Coordenação de Informações de Moçambique, Relatório de situação nº 1/68, nº 1488 Relatório do Serviço de Centralização e Coordenação de Informações do Governo Geral de Moçambique sobre o mês de janeiro de 1968. Página referente ao balanço de mortes e feridos só na província de Cabo Delgado. Fonte: ANTT, Serviços de Centralização e Coordenação de Informações de Moçambique, Relatório de situação nº 1/68, nº 1488
Mensagens de Natal de 1967 de militares portugueses colocados em Mueda, no norte de Moçambique, dirigidas aos familiares na metrópole. A RTP transmitia mensagens de soldados mobilizados nas colónias todos os anos. No momento em que as imagens eram visionadas pelos espetadores, alguns dos soldados tinham sido feridos ou até mortos.
Mensagens de Natal de 1967 de militares portugueses colocados em Mueda, no norte de Moçambique, dirigidas aos familiares na metrópole. A RTP transmitia mensagens de soldados mobilizados nas colónias todos os anos. No momento em que as imagens eram visionadas pelos espetadores, alguns dos soldados tinham sido feridos ou até mortos.

Assinatura dos movimentos de libertação angolanos MPLA, UNITA e FNLA e do Governo português no chamado Acordo de Alvor, negociado de 10 a 15 de janeiro de 1975, no hotel da localidade com o mesmo nome. Aó se estabeleceram as condições para a independência de Angola.

Fonte: AHD-MNE, PT-AHD, S.03 E.46 P.02/35608

Um cemitério de estátuas coloniais em Angola, três dias depois da independência do país (11 de novembro de 1975). Contentores de bens de retornados das colónias empilhados ao lado de um dos símbolos do colonialismo português, o Padrão dos Descobrimentos (Lisboa).

Fonte: ANTT, Secretariado Nacional de Informação, Arquivo Fotográfico, Documental, XIV-5B, doc. 36632 / PT/TT/SNI/ARQF/DO-014-0058/36632

Notícia da retirada espanhola do Sáara Ocidental dois dias antes da assinatura dos Acordos de Madrid (14 novembro 1975) pelos quais Espanha permitiu a ocupação marroquina e mauritana do território.

Fonte: AGA, 81, 16575,0007 (Pueblo, Madrid, 12.11.1975, Reportagens assinadas por Arturo Pérez-Reverte e Diego Carcedo) Fonte: AGA, 81, 16575,0007 (Pueblo, Madrid, 12.11.1975, Reportagens assinadas por Arturo Pérez-Reverte e Diego Carcedo)

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