Quando se pensa na Revolução ocorrida naquele dia, o Banco de Portugal não é com certeza uma das primeiras instituições que nos vem à cabeça. Mas o banco central fazia parte dos alvos estratégicos da Escola Prática de Cavalaria no golpe militar de 25 de abril de 1974, com o nome de código de “Bruxelas” atribuído ao seu edifício da Rua do Comércio.
O papel do Banco de Portugal nessa época, o seu contributo para a afirmação do regime democrático e a forma como a Revolução se refletiu na instituição são os pontos de partida para esta nova exposição temporária, inserida nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e patente no Museu do Dinheiro a partir de 27 de novembro.
Para além de filmes, fotos e documentos da época, a exposição conta com alguns objetos ímpares da história interna do Banco de Portugal, como o carro do Conselho de Administração alegadamente utilizado por Otelo Saraiva de Carvalho, os pacotes com os processos de saneamento (encerrados desde 1977) ou os cadernos reivindicativos apresentados pelos trabalhadores, com exigências que iam desde o direito a 30 dias de férias, ao direito a licença de maternidade ou ao acesso à sua ficha individual, da qual era possível retirar qualquer documento atentatório da sua dignidade.
As histórias contadas na primeira pessoa, através de testemunho em vídeo, de quem viveu o 25 de Abril como empregado do Banco de Portugal, trazem-nos uma visão única da sociedade à época, quando as trabalhadoras eram proibidas de usar calças. E, para sentir realmente o ambiente da altura, o visitante pode ainda “ocupar” um espaço de trabalho do Banco dos anos de 1970.
Esta exposição enquadra-se numa iniciativa mais alargada do Banco de Portugal que, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, tem vindo a publicar mensalmente análises sobre a evolução da sociedade e da economia portuguesas, de 1974 aos nossos dias.
Venha visitar a nova exposição do Museu do Dinheiro.
De quarta-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. A entrada é livre.
www.museudodinheiro.pt