
Casas e mulheres têm vínculos imemoriais. Em todo o mundo, a luta pelo direito à habitação foi e é uma luta das mulheres. Em Portugal, a Revolução de Abril de 1974 herdou uma pesada herança: as mulheres eram consideradas cidadãs de segunda, faltavam muitas casas para morar e os bairros de lata, pátios e as ilhas proliferavam nas maiores cidades. Moradoras (particularmente as mais pobres), arquitectas, técnicas de serviço social, e outras, envolveram-se na reivindicação por casas dignas. Consagrado na Constituição de 1976, o direito à habitação está hoje por cumprir, assim como outros direitos das meninas e das mulheres.
“Arquitectas da Liberdade” fala delas. Ao redor de mulheres e das casas pelas quais lutaram, antes e depois do 25 de Abril de 1974, a criação artística articula história, fontes orais e visuais. A exposição será cronológica, temática, interdisciplinar. Parte das experiências e das histórias de vida, olhando para os seus saberes e gestos. A exposição itinerante contará com conversas entre convidadas que intervieram neste período histórico e visitas guiadas. Todos os momentos serão gravados contribuindo, assim, quer para a construção de um arquivo de memórias ao redor do 25 de Abril, dos direitos das mulheres e da luta pela casa, quer para partilhar histórias, inquietações, projetos, necessidades e desejos, que instiguem a pensarmos, hoje, a transformação social, a igualdade e a liberdade, e a democracia em Portugal.
6 de Março a 25 de Abril: Museu do Aljube Resistência e Liberdade, Lisboa
17 de Maio a 2 de Junho: Associação de Moradores e Cidadãos – Malagueira Viva e Vivida, Évora
15 a 29 de Junho: Casa-Atelier José Marques da Silva, Porto
18 de Setembro a 2 de Outubro: Faculdade de Engenharia – UBI, Covilhã
16 a 30 de Outubro: Casa das Caldeiras, Coimbra
22 de Novembro: Museu do Aljube Resistência e Liberdade, Lisboa, encerramento com espectáculo musical “Maria Liberdade” pelo grupo de cantadeiras Fio à Meada.