A expetativa de uma mudança de regime criada pela escolha de Marcelo Caetano para sucessor de Salazar foi grande. A liberdade de imprensa parecia possível, tanto mais que o novo Presidente do Conselho prometera mudanças significativas, chegando a defender a extinção da censura e a imprimir um certo abrandamento à sua aplicação.
Caetano acabará por mantê-la, argumentando, por um lado, que a Guerra Colonial exigia a proteção da opinião pública face à «arma psicológica» que a liberdade de imprensa representava nas mãos do «inimigo». Por outro lado, que a censura, existindo há mais de quatro décadas, deveria ser abolida faseadamente, dando aos cidadãos a oportunidade de se habituarem a lidar de modo responsável com as liberdades de imprensa e de expressão.