Ao chegar à Base Aérea de Tancos, Spínola depara-se com a ausência de um plano militar e com a fragilidade da operação. Havia apenas um plano de operações genérico, que tinha como alvo principal o RAL1, pela alegada proximidade desta unidade a organizações de extrema-esquerda. Outros dos pontos identificados como alvos a controlar incluíam o Governo Civil de Lisboa, o posto emissor do Rádio Clube Português (Porto Alto) e a Emissora Nacional. Não existiam ordens de serviço nem era claro quais as unidades que tinham aderido ao golpe e que estavam mobilizadas para a operação.
A impreparação levou a um atraso do plano improvisado durante a madrugada. Devido à falta de armas, os aviões T-6 que às 11h do dia 11 de março deviam estar a sobrevoar o RAL1, estavam a descolar em Tancos cerca das 10h45, começando a bombardear o RAL1 por volta do meio-dia. O desembarque dos paraquedistas é detetado pelas forças do RAL1 sendo impedido pela abertura de fogo pelas forças defensivas. No Quartel do Carmo, o comandante-geral da Guarda Nacional Republicana e outros oficiais daquela força são presos por volta das 12h00. Cerca das 12h20, descolam de Tancos dois helitransportadores e um helicanhão para destruir o emissor de Porto Alto.
Relatório da situação político-militar no território continental, relativo aos dias 11 e 12 de março de 1975.
2.ª Repartição do Estado-Maior do Exército. Fonte: ADN, CEMGFA.
Historiadores e protagonistas parecem ser unânimes em apontar a não mobilização das forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém (EPC) como determinante para o falhanço do golpe. Pelas 13h00, o general Spínola tenta pela última vez mobilizar a EPC e o Batalhão n.º 11 dos Comandos. A resposta negativa de ambas as unidades selou definitivamente o falhanço do golpe.
O 11 de Março na imprensa.
Diário de Lisboa, 11 de março de 1975 (1.ª e 2.ª edição) e 12 de março de 1975. Fonte: FMSMB, Fundo Ruella Ramos.

