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A estrutura de informação do MFA havia já sinalizado o risco de um golpe que teria como alvo o Regimento de Artilharia n.º 1 (RAL1). Assim se explica a rápida resposta ao ataque ao RAL1, com a divisão dos operacionais da unidade entre a ocupação dos prédios circundantes e a defesa interna da mesma. Embora eficaz em condicionar o cerco à unidade, a resposta não conseguiu evitar um morto, 14 feridos e os diversos danos materiais na unidade. A ação dos paraquedistas foi ainda dificultada pela afluência de populares – a quem chegaram a ser distribuídas armas –, mobilizados pela 5.ª Divisão, pela Intersindical e por comissões de trabalhadores e moradores.

Por volta das 13h00, a 5.ª Divisão ocupou a Emissora Nacional, passando a emitir comunicados alertando a população para as movimentações em curso e apelando ao apoio ao MFA.

 

Entretanto, o RAL1 conseguia dominar a situação, de modo a enviar um blindado ao Depósito de Material de Guerra de Beirolas para a obtenção de munições adicionais para a defesa da unidade. Negociado o cessar-fogo, o comandante da unidade, Dinis de Almeida, iniciou conversações com o capitão Sebastião Martins, do Regimento de Caçadores Paraquedistas. A conversa, registada pelas câmaras da RTP, é o testemunho da impreparação e da falta de informação dos militares que coordenavam o cerco ao RAL1 e resultará no envio dos oficiais superiores de ambas as unidades – sitiante e sitiada – ao Comando Operacional do Continente (COPCON).

 

Movimentações militares em torno do RAL1, em Lisboa.

Fotografias de Otávio Paiva. Fonte: ANTT

Populares juntam-se em volta do Quartel do Carmo para acompanharem movimentações militares.

Fotografias de Novo Ribeiro. Lisboa, 11 de março de 1975. Fonte: ANTT

#50anos25abril