Uma das primeiras decisões do CR, ainda antes de formalmente empossado, será a nacionalização da banca. As nacionalizações eram, naquele momento, uma causa advogada por largos setores da sociedade portuguesa e constituíra uma das reivindicações apresentadas pela Assembleia de 11-12 de março.
Sindicatos de todo o país saúdam o Conselho do Revolução pela decisão de nacionalizar a Banca, incentivando a remodelação do governo e a condenação dos envolvidos na tentativa de golpe do 11 de Março. É o caso dos trabalhadores da Empresa de Eletricidade da Madeira, do sindicato dos trabalhadores da empresa Telefones de Lisboa e Porto, do sindicato dos caixeiros e empregados de escritório de Beja ou das comissões de trabalhadores da Sociedade Central de Cervejas.




Assim, pelo Decreto-Lei n.º 132-A/75, de 14 de março, determina-se a nacionalização da banca comercial portuguesa, excluindo-se assim as caixas agrícolas e as dependências de bancos estrangeiros em Portugal. A reabertura dos bancos dá-se a 15 de março, com as administrações dos bancos ratificadas pelas forças sindicais. No mesmo dia 15, as nacionalizações estenderam-se às companhias de seguros com sede no continente e ilhas adjacentes, excetuando aquelas com participação estrangeira significativa. Do ponto de vista da política económica, seguir-se-iam programas específicos de intervenção em áreas como os bens alimentares essenciais, o emprego ou a Reforma Agrária.
A edição do boletim Movimento de 25 de março de 1975, propõe uma leitura de conjunto do dos acontecimentos da experiência revolucionária (25 de Abril, 28 de Setembro, 11 de Março) insistindo na dimensão de futuro do projeto revolucionário que urgia fazer, com base na união das forças antifascistas.

Cartaz alusivo à nacionalização dos seguros.
Março de 1975. Fonte: Fotografia de Inácio Ludgero. Fonte: FMSMB.