A competição no ensino, o apuramento através da avaliação, as aulas magistrais, as elevadas taxas de reprovação e a Guerra Colonial tornam-se as principais razões de protesto dos estudantes.
Num contexto estudantil muito politizado, sucedem-se as greves às aulas e aos exames, bem como as manifestações contra a guerra. O regime reage com um aumento da repressão, encerrando as associações académicas e ocupando as instalações universitárias pela polícia. É criada a categoria de vigilante no pessoal auxiliar, o que desencadeou uma forte reação por parte dos estudantes, que os apelidam de “gorilas”. Centenas de estudantes são presos e expulsos das universidades. A esquerda radical afirmou-se nas universidades, renovou a linguagem e as práticas contestatárias e colocou como centro da luta política a contestação à Guerra Colonial.

Em janeiro de 1970, Veiga Simão assumiu a pasta da Educação Nacional.
Define como linha orientadora da sua política educativa a “democratização da educação”. Num meio estudantil cada vez mais politizado e permeável às diferentes formas de marxismo, não era possível uma reforma da universidade sem uma profunda alteração das condições políticas, sociais e económicas do país. Nos “cursos livres”, discutiam-se os métodos da escola capitalista, a luta de classes, o colonialismo, a função da escola e da ciência enquanto armas da classe dominante. A contestação à reforma de Veiga Simão torna-se no principal alvo do discurso estudantil nas universidades.

