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No contexto repressivo e de censura da ditadura, o acesso a livros, filmes, músicas, peças de teatro, revistas, incluindo os que estavam proibidos, era uma forma de combate político.

As associações académicas procuravam manter uma intensa e diversificada atividade cultural, desde a organização de concertos dos mais variados géneros musicais, a exposições de pintura, sessões de declamação de poesia, entre outros. Os livros proibidos pela censura circulavam pelos estudantes, o rock e o jazz ouviam-se em concertos e nas casas dos amigos. Os cineclubes eram espaços de convívio e de debate. A cultura era uma arma ao serviço dos jovens.

 

Fotografia de Vinicius de Moraes, Nara Leão, Chico Buarque e Bernardo Moreira, em Coimbra, em plena crise académica. 1969. Fonte: Coleção particular Rui Bebiano
Fotografia de Vinicius de Moraes, Nara Leão, Chico Buarque e Bernardo Moreira, em Coimbra, em plena crise académica. 1969. Fonte: Coleção particular Rui Bebiano

Peça de teatro O Racismo não Existe. Grupo de Teatro da AEIST. 1969. Fonte: FMSMB - Fundo Isabel do Carmo / Carlos Antunes Peça de teatro O Racismo não Existe. Grupo de Teatro da AEIST. 1969. Fonte: FMSMB - Fundo Isabel do Carmo / Carlos Antunes
Cartaz do I Festival Internacional de Jazz de Cascais. 20 e 21 de novembro de 1971. Fonte: Universidade de Aveiro Cartaz do I Festival Internacional de Jazz de Cascais. 20 e 21 de novembro de 1971. Fonte: Universidade de Aveiro

Em abril de 1973, o Governo decidiu realizar o I Festival Internacional de Coros Universitários, dividido entre o Porto e Coimbra, tendo convidado apenas países com quem mantinha afinidades ideológicas e de política colonial.

No Porto, a contestação ao Festival ganhou enormes proporções, com os estudantes a realizarem plenários gigantescos. No dia 4 de abril, a polícia prendeu cerca de 200 estudantes que participavam num encontro realizado no átrio da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto para discutir o significado do Festival, sendo abertos processos judiciais contra os estudantes. O “Festival de Coros” acabou por ser um fiasco, mas fez despertar novos setores estudantis para a luta contra a ditadura e a Guerra Colonial.

Banda desenhada “A luta não é de 100, é de todos. Todos ao tribunal dia 9 às 10h”. Abril de 1973. Fonte: CD25A Banda desenhada “A luta não é de 100, é de todos. Todos ao tribunal dia 9 às 10h”. Abril de 1973. Fonte: CD25A
Comunicado “Nem festival, nem coros universitários -continuemos o combate”. Abril de 1973. Fonte: CD25A Comunicado “Nem festival, nem coros universitários -continuemos o combate”. Abril de 1973. Fonte: CD25A

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