As Campanhas de Alfabetização e Educação Sanitária ocorreram no verão de 1974, impulsionadas pela Pró-União Nacional dos Estudantes Portugueses (Pró-UNEP), sob o lema “unidade estudantil com o povo trabalhador”.



O aumento exponencial do número de alunos candidatos ao ensino superior no ano letivo de 1974-1975 colocou problemas de sobrelotação das universidades, num contexto de profundas mudanças a nível da gestão universitária, na organização curricular e na composição do pessoal docente.
Para dar resposta a este problema surgiu a ideia de criar um Serviço Cívico Estudantil. O Serviço seria assumido pelos estudantes candidatos ao ensino superior, que iriam atuar, sobretudo, nas áreas da alfabetização, da saúde, da segurança social, da dinamização de acções culturais e desportivas, no apoio às atividades escolares e circum-escolares, na realização de atividades agrícolas e em inquéritos à população.
A grande força impulsionadora do Serviço Cívico Estudantil foi o Partido Comunista Português e a sua organização estudantil, a UEC. Por seu lado, as organizações estudantis ligadas à esquerda radical sempre se opuseram ao Serviço Cívico Estudantil, que chegaram a apelidar de “trabalho forçado estudantil”. A falta de empenho por parte das grandes forças partidárias em manter o Serviço Cívico Estudantil levou a que este tivesse uma existência efémera, terminando no ano letivo de 1976-1977.



Ensinar a revolução
O Serviço Cívico Estudantil, impulsionado pelos estudantes comunistas, foi uma das estratégias de aproximação entre a elite estudantil das grandes cidades e o “povo”. Polémico, desde a sua criação, este trabalho voluntário dos alunos dedicou particular atenção a campanhas de alfabetização, inquéritos à população e apoio em áreas como a saúde e a segurança social.