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A partir de 1945, o Estado Novo começa a consentir a apresentação de candidaturas de movimentos e figuras da oposição ao regime. Contudo, as restrições foram sempre enormes, muito maiores do que as que António de Oliveira Salazar dava a entender quando dizia que as eleições iriam ser “tão livres como na livre Inglaterra.”

Entrevista a António de Oliveira Salazar. Diário de Notícias, 14 de novembro de 1945. Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa. Entrevista a António de Oliveira Salazar. Diário de Notícias, 14 de novembro de 1945. Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa.
“Votar é um grande dever”, discurso de António de Oliveira Salazar. Cartaz para as eleições Presidenciais de 1949, produzido pela União Nacional. Fonte: Arquivo do Museu da Presidência, PT/MPR/AOC/GV001/001. “Votar é um grande dever”, discurso de António de Oliveira Salazar. Cartaz para as eleições Presidenciais de 1949, produzido pela União Nacional. Fonte: Arquivo do Museu da Presidência, PT/MPR/AOC/GV001/001.

Desde logo, membros de vários desses partidos e movimentos de oposição ao regime eram perseguidos pela polícia política (a PIDE, Polícia Internacional de Defesa do Estado), presos, torturados e, nalguns casos, deportados para o Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago em Cabo Verde, de onde muitos nunca regressaram. A repressão mais intensa era especialmente dirigida aos membros do Partido Comunista, mas também atingia republicanos e anarquistas.

Convite para sessão de propaganda eleitoral. União Nacional. Fonte: Arquivo Ephemera. Convite para sessão de propaganda eleitoral. União Nacional. Fonte: Arquivo Ephemera.
“Para que o País saiba!” (contra o Partido Comunista Português). Panfleto da União Nacional, eleições legislativas de 1953. Fonte: Arquivo Ephemera. “Para que o País saiba!” (contra o Partido Comunista Português). Panfleto da União Nacional, eleições legislativas de 1953. Fonte: Arquivo Ephemera.
“Paz interna e externa, segurança das vidas e dos lares, progresso e prestígio da nação”. Panfleto da União Nacional, eleições legislativas de 1953. Fonte: Arquivo Ephemera. “Paz interna e externa, segurança das vidas e dos lares, progresso e prestígio da nação”. Panfleto da União Nacional, eleições legislativas de 1953. Fonte: Arquivo Ephemera.

Além disso, toda a comunicação social era sujeita a censura, garantindo que as oposições permaneciam invisíveis à generalidade da população. As suas reuniões e comícios eram quase sempre proibidos e reprimidos, e os materiais de campanha apreendidos.

Cemitério do campo de concentração do Tarrafal, 1986.
Fotografias de Luís Carvalho/Herculana Carvalho (ca. 1950) e Alfredo Caldeira (ca. 1983). Fonte: Arquivo particular.

#50anos25abril