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Depois da rejeição do “plano Palma Carlos – Spínola”, o segundo momento crucial para a realização das eleições deu-se na sequência dos acontecimentos do dia 11 de março de 1975. Nos primeiros meses do ano circularam rumores, seja de possíveis golpes de direita, seja de uma alegada “Matança da Páscoa”, cujo objetivo seria a eliminação dos apoiantes militares e civis do General Spínola. No dia 11 de março, uma tentativa de golpe militar promovida por militares afetos a Spínola e por ele apoiada falhou clamorosamente, obrigando-o a fugir para Espanha.

 

 

Nessa noite, ocorreu uma assembleia no Instituto de Defesa Nacional com a presença de mais de 200 oficiais. Mais tarde conhecida como a “assembleia selvagem” do MFA, essa reunião, apesar de convocada fora dos procedimentos habituais, acabou por ser dirigida pelo próprio Presidente da República, Costa Gomes, estando também presentes o primeiro-ministro, Vasco Gonçalves, assim como os restantes membros do Conselho dos Vinte.

Durante oito horas e meia, após se analisar e discutir a tentativa de golpe militar e como lidar com os implicados, foram tomadas decisões cruciais: a nacionalização do sector da banca e dos seguros; o alargamento e consolidação política das assembleias do MFA; e a criação de um novo órgão de soberania composto por militares, o Conselho da Revolução, que viria substituir a Junta de Salvação Nacional e o Conselho de Estado, assumindo todos os seus poderes. E as eleições também foram discutidas.

“Reportagem sobre a intentona de 11 de março: manifestações”.
Fotografia de Octávio Paiva, 11 de março de 1975.
Fonte: Arquivo Nacional Torre do Tombo, PT/TT/EPJS/SF/010/10862.

#50anos25abril