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A campanha eleitoral teve lugar entre 2 e 23 de abril de 1975. O frenesi de atividade é hoje difícil de imaginar. Estima-se que os 14 partidos concorrentes terão realizado mais de 8000 comícios e sessões de campanha por todo o país, uma média impressionante de mais de 300 eventos diários. A distribuição por partido foi assimétrica: o PCP foi o mais ativo, seguido do Movimento Democrático Português / Comissão Democrática Eleitoral (MDP/CDE) e do PS. O sistema eleitoral também impôs a sua lógica: os sete maiores círculos (Lisboa, Porto, Setúbal, Braga, Aveiro, Santarém e Coimbra) concentraram dois terços de todas as ações de campanha.

Festa do Partido Socialista no Estádio 1.º de Maio, durante a campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte.
Fotografia de Peter Collis, 20 de abril de 1975.
Fonte: Fundação Mário Soares, Pastas 07943.052.021, 07943.052.027
Comício do Partido Comunista Português no Pavilhão dos Desportos.
Fotografia de Miranda Castela, 1975.
Fonte: Arquivo Histórico Parlamentar, PT-AHF/MC/R344.
Comício do Partido Popular Democrático no Pavilhão dos Desportos.
Fotografia de Miranda Castela, 1975.
Fonte: Arquivo Histórico Parlamentar, PT-AHF/MC/R309.
Colagem de cartazes na campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte.
Abril de 1975.
Fonte: Comissão Nacional de Eleições.

Isto representou um enorme esforço financeiro para os partidos. As contas oficiais, que mesmo assim subestimam os valores reais, reportaram um custo de cerca de 31 milhões de escudos. Ajustando à inflação, este valor corresponderia, atualmente, a mais de 5 milhões de euros. Não sendo superior ao que se gasta hoje numa típica campanha eleitoral, esta despesa representava um peso muito maior se tivermos em conta a riqueza produzida no país. No seu relatório, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) apelava ao “Governo, partidos e povo para a necessidade de uma séria reflexão sobre o custo da última campanha eleitoral”.

Durante o período de campanha, a CNE recebeu 31 queixas, a maioria delas respeitantes à “guerra de cartazes”: a prática de danificar ou ocultar por sobrecolagem os cartazes dos partidos adversários. A “guerra” passava por vezes à agressão física entre militantes de diferentes partidos. No dia 6 de abril, o COPCON deteve 30 pessoas que rasgavam cartazes eleitorais.

#50anos25abril