As urnas abriram às 8 da manhã, mas as filas junto das secções de voto começaram a formar-se bem antes dessa hora. Os jornais do dia seguinte reportaram que, com poucas exceções, não ocorreram incidentes de maior. Só durante a manhã, devido à enorme concentração de eleitores e alguns problemas organizativos, se geraram algumas discussões e conflitos sem grande importância.
Ato de votar.
Fotografia de Miranda Castela, 25 de abril de 1975.
Fonte: Arquivo Histórico Parlamentar, PT/AHF/MC/R325.
Vasco da Gama Fernandes saindo da cabine de voto.
Fotografia de Inácio Ludgero, 25 de abril de 1975.
Fonte: Fundação Mário Soares e Maria Barroso, pasta 12277.027.007.
Nesse dia, votaram mais de 5 milhões e setecentos mil eleitores, quase 92% dos recenseados, uma taxa de participação que não voltou a ser superada em Portugal. Mesmo no contexto de outras “eleições fundadoras” em novas democracias, foi um valor elevadíssimo, superior, por exemplo, ao verificado nas eleições de 1974 na Grécia (80%) ou de 1977 em Espanha (79%). A abstenção, apesar de muito baixa, foi um pouco mais elevada nas freguesias localizadas em áreas rurais e onde a população agrícola era maior. O voto em branco, na altura contabilizado em conjunto com os nulos, desiludiu os seus promotores: 6,9%.
“O ato eleitoral de ontem”, “Um velhote de 89 anos andou 18 quilómetros (de burro) para votar”.
Diário Popular, 26 de abril de 1975.
Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa.
Os atores políticos fizeram leituras distintas da alta participação. O PS e o PPD saudaram-na e apresentaram-na como “uma vitória do MFA”, confirmando a justeza do cumprimento da promessa de eleições. O MFA concordava e ia mais longe, descrevendo a alta participação como manifestação de consenso em torno do pacto MFA/ Partidos. Já o PCP detetava sinais contraditórios: por um lado, vontade de participação das massas, mas, por outro, “as pressões exercidas tornando a descarga do voto praticamente obrigatória, mesmo para os que não tinham opinião formada”.
“Bichas de pessoas numa secção de voto no dia 25 de abril, em Lisboa”. Fotografia de António Xavier, Armando Vidal e Carlos Gil, 25 de abril de 1975.
Fonte: Arquivo Nacional Torre do Tombo, PT/TT/FLA/SF/001/2000/007.
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