Como sempre sucede, houve divergências na interpretação política dos resultados. Para uns, os 57% dos votos conquistados por PS, PCP, MDP, MES e Frente Socialista Popular (FSP) representavam a vitória da “esquerda” e da “via socialista” da revolução portuguesa. Para outros, os 64% dos votos obtidos por PS e PPD representavam a vitória do “socialismo democrático” e da “social-democracia”. Certo é que quase todos reclamavam o PS como parceiro das diferentes vitórias contra a “direita reacionária” ou contra o “socialismo sem liberdade”.
“O P.S. à frente. Grande maioria para os partidos de esquerda”.
Diário de Lisboa, 26 de abril de 1975.
Fonte: Fundação Mário Soares e Maria Barroso, pasta 06822.172.27189.
“Mais de metade do eleitorado foi mobilizado pelo P.S. e pelo P.P.D”.
Diário Popular, 26 de abril de 1975.
Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa.
“Primeira análise (quantitativa) às eleições para a Assembleia Constituinte”.
Expresso, 3 de maio de 1975.
Fonte: Hemeroteca Municipal de Lisboa.
Infografias desenhadas com base na Análise dos Resultados Eleitorais da Presidência da República.
Autoria do historiador César de Oliveira
Fonte: Arquivo Histórico Militar, PT/AHM/FO/007/A/67/098/3.
Os atores políticos que se posicionavam mais à esquerda não conseguiam disfarçar alguma desilusão. O bom resultado do PPD e do CDS no Norte do país e nas ilhas foi atribuído, até pelo líder do PS, ao “atraso”, ao “caciquismo” e à “dependência” das populações nessas regiões. Indo mais longe, Álvaro Cunhal, líder do PCP, defendia que a falta de “liberdade real” no Norte e nas ilhas significava que o resultado eleitoral “não se pode interpretar como uma manifestação livre da vontade popular à escala de todo o País”. O PCP anunciou mesmo que iria contestar os resultados onde não tivesse sido assegurada a “liberdade eleitoral”, o que acabou por não suceder.
A leitura dos vencedores nessas regiões foi naturalmente distinta. Segundo Magalhães Mota, do PPD, “os índices socioeconómicos de Beja não são melhores do que os do distrito de Vila Real ou do distrito de Bragança. (…) O país é o que é. (…) Não podemos pensar que se muda o povo de acordo com os nossos desejos. Nós é que temos de acompanhar a vontade popular.”
Sessão inaugural da Assembleia Constituinte na Sala das Sessões, em 02/06/1975. Fotografia de Miranda Castela, 1975
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