
Esta exposição parte de um acervo do Arquivo Histórico Ultramarino de cerca de 82.000 negativos (bem como um conjunto de slides e provas de contacto) da Guiné-Bissau e Lisboa — um espólio inédito, nunca antes estudado, exposto ou devidamente catalogado. As imagens são da autoria de Álvaro de Barros Geraldo (1922-1993), fotógrafo de trajetória enigmática, cuja biografia fragmentada exige uma leitura crítica do seu legado.
Imaginários da Guiné-Bissau, investiga o papel da fotografia na construção do argumento de “manutenção de paz” num território em guerra. Através de fotografias de emboscadas, cerimónias protocolares e iniciativas militares e sociais, procura-se analisar criticamente como esse discurso legitimou e perpetuou tensões pós-coloniais ao longo dos séculos XX e XXI. No ano em que se assinalam os 50 anos das independências das antigas colónias portuguesas, esta exposição questiona os legados dessa narrativa e as suas implicações no presente e no futuro.