A viagem do Papa à Índia, no final de 1964, foi muito controversa para o regime de Salazar, que não aceitara as perdas dos territórios de Goa, Damão e Diu três anos antes.
Em 1965, Paulo VI discursou na Assembleia Geral da ONU. Reafirmou o primado do direito nas relações entre os Estados e apelou ao instrumento da negociação na resolução de conflitos. “Guerra nunca mais” e “a paz deve guiar o destino dos povos e de toda a humanidade” persistem como as marcas mais fortes do seu discurso.
Em maio de 1967, Paulo VI realizou uma visita não oficial a Fátima. Meses depois (a 8 de dezembro), instituiu o 1 de janeiro como Dia Mundial da Paz. Sobretudo para os católicos, o início do ano tornava-se ocasião para promover iniciativas em torno da recusa da guerra e da promoção de uma cultura de paz. Para alguns setores católicos portugueses, esta seria a oportunidade para a realização das vigílias de São Domingos e da Capela do Rato.
Já em 1970 Paulo VI encontrou-se com os líderes de movimentos de libertação de Angola, Guiné e Moçambique. Para o regime português, no qual Marcelo Caetano substituíra Salazar, mas sem proceder a qualquer alteração na Guerra Colonial, este foi um dos momentos políticos de maior complexidade, pelas repercussões internacionais e pelo reforço da contestação interna ao colonialismo e ao conflito armado.