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Capa do Evento 25 de Abril de 1974: Arte e(m) liberdade

A revolução de 25 de Abril de 1974 abriu espaço para uma rutura na arte visual portuguesa, tardia em referência à cronologia da arte contemporânea internacional, ainda que na continuidade de alguns movimentos e expressões estéticas emergentes nos últimos tempos do Estado Novo. Para a compreensão desta rutura, sugere-se uma análise comparativa entre a arte favorecida ou censurada pelo regime ditatorial, numa disciplinadora pressão sobre os artistas, alguns deles feitos prisioneiros ou obrigados à diáspora, e a arte produzida no ambiente revolucionário de efusiva liberdade após o 25 de Abril.
Num contexto de profundas alterações políticas, sociais e culturais, a arte foi assumida como arma na promoção e na defesa dos valores democráticos. Com este argumento e com o objetivo de tornar a arte acessível à compreensão de todos, os artistas optaram por modalidades de expressão mais concretas e denotativas, sem prejuízo das diferenças estéticas e de uma incessante busca de experiências vanguardistas assentes na conquista da liberdade de expressão.
A arte democratizou-se, ela própria, ao dar voz ao povo, exprimindo os seus protestos e reivindicações, e ao sair dos ambientes mais restritos e elitistas para ocupar o espaço público da rua.

#50anos25abril