O Centro Nacional de Cultura, fundado em 1945, com propósitos que ainda hoje segue, teve um papel importante como participante ativo nos fluxos que conduziram à revolução de 25 de Abril de 1974.
Em 1965, Sophia de Mello Breyner Andresen – nomeada nesse ano presidente do CNC – trouxe para esta casa os elementos da Sociedade Portuguesa de Escritores, extinta pelo Estado Novo. Esse acolhimento enriqueceu a experiência anterior do Centro que, desde então, e até 1974, passou a ser um palco essencial da inteligência democrática.
Aqui, o conjunto de pessoas que viria a assegurar a democracia em Portugal a partir da Revolução conspirou, debateu, informou, agregou e perfilou-se. Entre muitos nomes, destacamos quatro figuras oriundas da fundação do CNC, que o marcaram como casa da Liberdade entre 65 e 74: o irreverente Francisco Sousa Tavares, o protetor Henrique Martins de Carvalho, o profundo António Alçada Baptista e o criador Gonçalo Ribeiro Telles.
Ninguém melhor do que esses pilares desta Casa e outras personagens que nesse interessantíssimo período participaram do Centro Nacional de Cultura como sócios, dirigentes ou apenas frequentadores, para contar de viva-voz essa História e o que aqui aconteceu.
Nos nossos arquivos, preservamos esclarecedores depoimentos de alguns daqueles que, entre 1965 e 1974, ajudaram a construir as bases da Liberdade política, social e cultural nas elites urbanas de Portugal.
Os depoimentos foram recolhidos no âmbito dos 40 anos do Centro, em 1985. Disponibilizamo-los agora, para abrir a nossa participação nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril: https://www.cnc.pt/50-anos-do-25-de-abril-cnc-uma-casa-da-liberdade/