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A Censura foi talvez a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje sentimos. Muito mais do que a subversão do “político”, o que a Censura protegia era o poder, todas as hierarquias que dele emanavam, exigindo, mais do que respeito, “respeitinho”. Em 48 anos, em que não houve um único dia sem Censura, foi este o seu legado.

O teatro foi um dos muitos objectos da actividade censória. Debruçamo-nos sobre o caso da peça Deus lhe pague, do dramaturgo brasileiro Joracy Camargo (1898-1973), que, tendo sido “aprovada”, sofreu ainda assim uma tal quantidade de cortes que tornavam a sua representação um verdadeiro desafio. O Arquivo Ephemera possui o exemplar “autorizado” — em que assenta esta exposição —, no qual é possível verificar os cortes dos censores e compreender a mentalidade e os objectivos de quem cortava, mesmo aprovando.

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#50anos25abril