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Sabemos da guerra porque a bala guardada nos corpos mortos, mutilados, doentes dos homens é cuidada por mulheres. Mulheres que redesenham o mapa dos estilhaços nos seus corpos, longe, mas íntimos, de outros combates. Mulheres que lutam com os pesadelos, com os silêncios e com as dores. Mulheres que clandestinamente pensam na morte e tragam os gomos de uma laranja, comendo um poema de vísceras e paz. “A Paz é a Paz” é sobre estas mulheres. É um Teatro de Guerra que começou na vida da jornalista e poeta Maria João Carvalho para logo abraçar a Guerra Colonial, nos braços das suas madrinhas, e pensar na Ucrânia e na Palestina. A Guerra, afinal, é a Guerra. E para lá da ausência de frutos nas árvores, de cães e gatos nas ruas, para lá da ausência de pão e teto, acendem-se poemas como estrelas.
“A Paz é a Paz” é um espetáculo que coloca o público frente-a-frente, corpo-a-corpo, olhos-nos-olhos, entre o conflito e o poema, tateando a espessura da paz entre os escombros.

criação UMCOLETIVO
dramaturgia | Ricardo Boléo, a partir da poesia inédita de Maria João Carvalho e de entrevistas a madrinhas e refugiadas
de guerra e a mulheres de combatentes e ex-combatentes
com | Cátia Terrinca, Mariana Correia e Banda Euterpe
cenografia | Bruno Caracol
figurinos | Raquel Pedro
desenho de luz | João P. Nunes
composição musical | João Maria Carvalho, João P. Nunes
produção | UMCOLETIVO
coprodução | Teatro Nacional D. Maria II, CAE Portalegre
apoio | República Portuguesa – Cultura / DGArtes e Município de Portalegre, Museu de Lisboa – Teatro Romano, Câmara Municipal de Lisboa – Quinta Alegre, Banda Euterpe Portalegre

M/12

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