Na versão remontada por Solveig Nordlund em 1998 essa dimensão – a terceira do filme, para recorrermos a um termo então empregue pela realizadora – é sublinhada com a utilização de imagens documentais do 25 de Abril, intercaladas com a história de Dina e de Django, a partir de determinado momento do filme, logo depois de a patroa dar a notícia do golpe de Estado à Sra. Ana, abraçando-a efusivamente. Na versão publicamente conhecida até 1999, a presença dos acontecimentos da Revolução, a decorrer a par da ficção, era dada exclusivamente através de elementos sonoros em off. Agora, não que o sentido do filme se adense ou adquira outra espessura, mas através da montagem paralela sublinha-se esta perspetiva, acentuando-se, também, a solidão destes heróis dominados pelas frases dos livros de cordel, sem causa que não a sua, capazes de imunidade em relação ao exterior mesmo tratando-se de um momento de exceção.» (Excerto inicial da nota de apresentação de Maria João Madeira, Cinemateca Portuguesa).
Ano: 1981
Duração: 73′