Nas festas SanJoaninas, cujo tema é “Angra,Teu nome é Liberdade”, serão 5 os carros que representam a Revolução dos Cravos e a música, inspirada em temas como a “Grândola Vila Morena”, a “Desfolhada” e “Venham Mais Cinco”, une os quadros com a composição clássica de uma representação que nos inspira a valorizar a liberdade conquistada.
“As Vozes Silenciadas”
A censura à escrita e a qualquer manifestação artística que marcou o período ditatorial. Um cenário sombrio e opressivo, onde livros, música, cinema e a arte no geral eram escalpelizados pelo lápis azul do regime, simbolizando a repressão sofrida por escritores, jornalistas, músicos e artistas. A marioneta representa a tentativa de manipulação do povo, mostrando como eram controlados e silenciados pelo regime. No chão, os populares envolvidos por uma rede, tentam desesperadamente sair das malhas da opressão, enquanto tambores marcam o ritmo sombrio da vida. Um lembrete penoso sobre a censura, mas também a resiliência daqueles que, apesar das dificuldades, continuaram a lutar pela liberdade de expressão.
“A Guerra do Ultramar”
Um navio e a figura icónica da madrinha de guerra, leva-nos ao período doloroso da Guerra Colonial que ceifou tantas vidas e dilacerou famílias. Os soldados nas trincheiras, as cartas manchadas de lágrimas e saudade e a constante esperança de um retorno a casa eram uma marca que atravessava o quotidiano. O chão de mantos negros representa as viúvas que perderam os seus entes queridos na guerra. As gaiolas douradas, com corações negros, simbolizam a opressão violenta sobre os soldados mobilizados à força e os sonhos aprisionados dos que partiram para nunca mais voltar.
“Primavera de Abril”
Reviver o 25 de Abril de 1974, a data que marcou o fim de um regime opressor e o início de uma nova era para Portugal. Um rádio transmite as notícias e os sons da época, enquanto um menino coloca um cravo no cano da espingarda de um soldado, representando a paz que substitui a violência e retrata os soldados e a população unidos na esperança de um futuro melhor. No chão, o povo de máscaras negras lembra o sofrimento causado pelo silêncio que foi imposto pelo regime.
“Autonomia e União”
Alusivo à autonomia e à bandeira dos Açores. No chão, manifestações de liberdade, ajuntamentos festivos e a comemoração do voto das mulheres refletem a alegria e a união do povo açoriano.
“A Rainha da Liberdade”
O vermelho dos cravos não só evoca a Revolução, mas também a paixão e a determinação de todas as mulheres que, com coragem, mudaram o curso da história.