Liberdade, Amor e Poesia ecoaram como máxima inspiradora, uma chamada para a mudança e para a expressão autêntica de um período. Este lema, carregado de significado profundo, encontrou reflexo tanto no movimento surrealista quanto na Revolução de 25 de abril.
O Surrealismo, nascido há um século, foi uma manifestação artística que se ergueu como um grito de liberdade criativa. Dentro deste movimento encontramos a procura pela liberdade de expressão, assim como a poesia dos sonhos e do absurdo, num ato de amor contínuo.
Paralelamente, o 25 de abril de 1974 representou um marco histórico para Portugal. Este evento foi mais do que uma revolução política, foi a afirmação dos valores fundamentais da liberdade, do respeito e da igualdade. Encontrar um país livre, onde a voz do povo pudesse ser ouvida, ressoou como um poema em ação.
Os nomes presentes nesta exposição formam um grupo notável de artistas que enfrentaram desafios significativos durante a ditadura em Portugal. Esse período sombrio foi marcado pela repressão política, pela censura e pelas restrições à liberdade de expressão. Muitos desses artistas foram afetados diretamente por condições opressivas […].
A obra “A Poesia está na rua” de Vieira da Silva, com a intervenção manuscrita de Mário Cesariny “esteve sempre”, é um ícone que captura o espírito da Revolução dos Cravos. Essa intervenção é frequentemente interpretada como uma expressão simbólica do momento histórico que Portugal vivia após o 25 de Abril. Reflete a ideia de que a liberdade de expressão, […] estava agora ao alcance de todos, […] desvinculada das restrições e censuras da ditadura.
O 25 de Abril de 1974 trouxe consigo a liberdade tão esperada para estes artistas e para toda a nação portuguesa. Estes talentos encontraram, finalmente, um terreno fértil para a sua expressão criativa, um espaço onde a liberdade de expressão e a livre circulação de ideias e obras puderam florescer.
Neste encontro entre a revolução política e a revolução artística, encontramos uma mensagem poderosa sobre a importância da liberdade, da criatividade e da capacidade humana de romper com o convencional, na procura de um mundo mais autêntico e significativo. O legado do surrealismo e os ideais do 25 de Abril lembram-nos que a liberdade é um direito fundamental, seja na política, na sociedade ou na arte.
Assim, com esta exposição proclamamos a Liberdade, o Amor e a Poesia que celebra o maior estado de independência que se pode alcançar.