Leitura performativa do Catálogo da Exposição de Livros Escritos por Mulheres, organizada em 1947 pela jornalista e escritora Maria Lamas e pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa.
A propósito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, Maria Gil cria uma leitura poética apoiada no catálogo da exposição que contém uma lista de nomes e de biografias curtas das 3000 mil mulheres escritoras representadas na exposição. A leitura é acompanhada de uma banda sonora original criada pelo artista Miguel Bonneville.
No final de cada apresentação haverá uma conversa informal com o público.
Em Janeiro de 1947 o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, presidido pela jornalista e escritora Maria Lamas, organizou na Sociedade Nacional de Belas Artes, uma exposição com três mil livros escritos por mulheres de todo o mundo. Esta exposição foi o início do fim desse movimento feminino que seria extinto, nesse mesmo ano, pelo Governador Civil de Lisboa.
Maria Gil tem-se dedicado ao estudo e à divulgação da obra de Maria Lamas, nomeadamente, As Mulheres do Meu País, através da criação dos espetáculos: Mulheres em Terra, Homens no Mar (2018); Avieiras, viagem de Lamas (2022); propõe-se agora fazer uma leitura performativa inspirada nas escritoras que integraram o catálogo/exposição, mas também na obra e na figura de Maria Lamas – trata-se de criar um poema musical que celebra a obra de uma das primeiras jornalistas portuguesas, que se interessou pela condição das mulheres portuguesa, sobretudo das trabalhadoras, apresentando uma visão alternativa à do regime do Estado Novo que sonhava com anjos domésticos e fadas do lar.
«Livros escritos por mulheres» é um dos 45 projetos apoiados pelo programa «Arte pela Democracia», uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes.
O Programa «Arte pela Democracia» promove projetos artísticos que se enquadrem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que contribuam para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da democracia.
É dirigido a projetos artísticos nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar.
A primeira edição, lançada em 2023, teve uma dotação orçamental de um milhão de euros. Selecionou um total de 45 projetos, que abrangem todo o país.