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A exposição “Madrugada” foi pensada para o novo MUDE, num espaço quase vazio que nos cabe preencher, território inexplorado disponível para percursos e opções diversas. A abertura desse “território” foi um fator de peso na forma como foi pensada a estrutura ou organização da exposição.

 

Toda a joalharia pode ser política, dependendo da forma como é usada (pensemos nas joias de Madeleine Albright, usadas como “arma diplomática”), mas nem toda foi criada com esse intuito. A exposição “Madrugada” foca-se em peças criadas pelos seus autores com o objetivo de comentar, denunciar, celebrar ou contribuir para mudar as condições de vida da sociedade em que se inserem.
A exposição vai-se revelando entre a necessidade de identificar, por um lado, as principais metodologias usadas na joalharia contemporânea para lidar com o político, mas também na identificação das instâncias em que o viver político hoje se manifesta e redefine. Quais são as crises do presente e as ramificações do passado – nomeadamente o colonial – que temos de enfrentar hoje? Se ainda há, no mundo, temas candentes ao nível dos direitos e liberdades mais básicos, com os retrocessos que se conhecem, seja nos direitos das mulheres, na liberdade de orientação sexual ou na estabilidade das democracias, também surgem novos questionamentos, que expandem em muito o terreno do político.
Vivemos um momento de experiência radical de expansão além do humano, seja pela inteligência artificial, seja pela expansão da ideia de agência a outras espécies, materiais e paisagens. Como podemos lidar com os efeitos, traumas e dores das sociedades que se desenvolvem pela exclusão do outro? Como lidar com a eliminação das hierarquias? Num mundo totalmente interligado, como lidar com a evidência de fronteiras? As categorias tradicionais de pensamento e linguagem são postas em causa; sistemas económicos e sociais enfrentam a possibilidade de colapso por esgotamento dos modelos ou pela evidente crise climática. Intuímos que vivemos tempos de mudança profunda, mas não é claro o futuro que se está a delinear.
“Madrugada” apela a esse momento de total possibilidade, de infinito potencial que se sentiu no dealbar da Revolução. Não são os temas de 1974 que queremos trazer a esta mostra, mas sim a energia, como uma metodologia fundamental para pensar o agora e desenhar o porvir.

Participam cerca de 120 artistas.

Curadoria: Monica Gaspar, Patricia Domingues, Marta Costa Reis

 

A segunda edição da «Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa» é um dos 45 projetos apoiados pelo programa «Arte pela Democracia», uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril em parceria com a Direção-Geral das Artes.

O Programa «Arte pela Democracia» promove projetos artísticos que se enquadrem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e que contribuam para a reflexão sobre a relevância deste acontecimento na construção da democracia.

É dirigido a projetos artísticos nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar.

A primeira edição, lançada em 2023, teve uma dotação orçamental de um milhão de euros. Selecionou um total de 45 projetos, que abrangem todo o país.

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#50anos25abril