A Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, recebe até 30 de junho a exposição “Memória de Abril – 50 Anos Depois”, que reúne um conjunto de fotografias captadas por Mário Varela Gomes, muitas das quais inéditas, nos dias 25, 26 e 27 de abril de 1974.
As fotografias registam momentos da ação militar conduzida pelo Movimento das Forças Armadas em Lisboa, nomeadamente, na zona do Quartel do Comando da GNR, no Carmo, e áreas adjacentes, uma intervenção que derrubaria o Governo autoritário e antidemocrático de então, contando com imediata adesão popular.
De acordo com o autor, “a coleção de fotografias agora apresentada não constitui o resultado do que se entende por fotojornalismo, sendo destituídas de preocupações estéticas. Ela é formada por imagens não domesticadas, onde a câmara fotográfica olhou o que o autor olhou, onde os seus olhos pretenderam ser os olhos da multidão, da massa anónima que se haveria de tornar em manifestação revolucionária”.
O fotógrafo foi o sujeito que assistia ao fim de um regime político e às primeiras manifestações em Liberdade, com os braços erguidos, de punho fechado ou com dois dedos abertos, em sinal de Liberdade e de Vitória.
A exposição “Memória de Abril – 50 Anos Depois” foi inaugurada a 12 de abril, data que coincidiu com o lançamento de um livro contendo a totalidade das imagens, devidamente legendadas, captadas nos dias referidos, muitas das quais inéditas, uma edição do Município de Vila Velha de Ródão.
Autor, artista plástico, arquiteto e Doutor em História, Mário Varela Gomes é Professor Jubilado da Universidade Nova de Lisboa. Em 1972, chegou pela primeira vez a Vila Velha de Ródão tendo, desde então, estudado aspetos da arqueologia do concelho, nomeadamente, as gravuras do complexo de arte rupestre do Vale do Tejo, tendo publicado, em Portugal e no estrangeiro, cerca de duas dezenas de artigos e elaborado a sua dissertação de doutoramento sobre aquela temática.
