Sónia Pereira e Carlos Boita proporcionam uma viagem intimista pela literatura portuguesa censurada e outra que não foi silenciada, por vezes, devido à baixa literacia literária dos censores ou ato intrépido de certos escritores. A palavra gritada e a palavra amarrada, os leitores imparáveis e os leitores sussurrantes, todos são convocados aqui nesta sessão cheia de tensão e imaginação. Do interdito ao intertexto foi um passo e da esperança à libertação muitos passos ocorreram…Todos contaram e depois todos cantaram!
A dificuldade aguçou o engenho e o Verbo libertou-se antes da Revolução, chamando pelos Portugueses. O medo, -ah, esse terrível fantasma!, ganhou asas e tudo controlou até ser derrotado, por vezes, de rajada, por vezes, paulatinamente. E se não tivéssemos medo? Como seríamos? Como seria Portugal? Eis o mote para este recital, feito do tempo pré revolucionário, mas também dos dias de hoje.