O Zeca tinha regressado a Coimbra. Trazia na bagagem novas canções e uma imensa vontade de dizer algo de novo. Para trás deixava a sua marca no fado, mas conservava os amigos e as suas andarilhanças por uma Coimbra que nunca mais foi a mesma depois da sua passagem.
Em 1962, o país vivia momentos difíceis. Era um tempo de rupturas. A cidade afirmava-se contra a ditadura, clamando uma urgente vontade de mudança. José Afonso e Adriano Correia de Oliveira estavam na linha da frente de um combate, que fez da canção uma arma e um símbolo de esperança e liberdade. Rui Pato tinha 16 anos. E com a sua viola, ajudou-os a dar a volta ao texto.
Rui Pato regressa às canções de José Afonso. E “traz um amigo também”. António Ataíde, que vai cantar com ele e assim realizar um sonho “secreto” de criança, já que desde muito cedo ouvia o seu ídolo acompanhado pela guitarra mágica de Rui Pato.
Eu quero lá estar na primeira fila.
Manuel Alegre Portugal