A Aguarela de Memórias não podia ficar indiferente aos 50 anos do 25 de Abril. Porque a melhor
maneira de os comemorar é percorrendo “o caminho que leva até à raiz de som da generosa e limpa
palavra LIBERDADE”.
Em palco olhar-se-á para a história da identidade do país, dando voz a Abril, a partir do instantâneo
de um país revisitado 50 anos depois. Três peças irão ser apresentadas, todas com um denominador
comum – a importância da memória. Assinala-se a necessidade imperiosa de não esquecer um
mundo de sombras marcado pela castração, medo, perseguição política, denúncia, prisão, tortura e
morte. Nas peças perpassam personagens com os seus problemas familiares, de envolvimento, de
luta, tal como nos fala Carlos Coutinho, em “O Telefonema”. Problemas familiares que se repetem
numa outra dimensão, na peça de Virgílio Martinho Mulher, “Aqui estou como um Cão Perdido”, que
aborda a emigração forçada de milhares de portugueses à procura de melhores condições de vida,
longe da família. Por último, através da ironia de algum modo premonitória, na peça “O Congresso
dos Pides”, de Hélder Costa, assistimos ao desejo de tentar subverter a ordem constitucional saída do
25 de abril, com discursos que defendem um mundo onde o medo, a aniquilação das liberdades e a
negação dos direitos fundamentais voltem a ser uma realidade.
Estas peças têm como objetivo contribuir para impedir o esquecimento dos Ideais de Abril, a raiz da
nossa liberdade no momento presente.