Este projeto nasceu influenciado pela biografia da atriz e encenadora Cristina Briona , que aos 06 meses de idade foi adotada em Angola por uma família portuguesa. Cristina é portuguesa e vive no Porto desde 1973. Tendo vivido sempre numa família caucasiana ao ler o autor Mia Couto e depois de fazer uma reflexão sociocultural do mundo que a rodeia, achou importante criar um projeto que aproxime os povos e que também aproxime portugueses e imigrantes às artes cénicas.
Portugal e África têm na sua história uma relação umbilical e cabe aos artistas, neste caso através do teatro, música e cinevídeo continuar a contribuir para que haja laços de igualdade entre os povos, combater o racismo e criar um espaço em que os imigrantes e os emigrantes participem das virtudes das artes em toda a sua plenitude.
Nesse contexto de responsabilidade social e contributo para um mundo melhor, o projeto Ultramar tem um espaço para artistas e não artistas africanos e, ou afrodescendentes. À volta da peça de teatro Ultramar queremos também realizar eventos musicais que promovem a música, gastronomia e cultura dos povos. O teatro é na sua génese uma festa e um ponto de encontro , e é nesse ambiente que acreditamos que as diferenças e os preconceitos se diluem.
O nosso grupo não tem apoios, vive apenas dos eventos de angariação que criamos e é financiado pela actriz e encenadora Cristina Briona. Consigo está um excelente elenco misto de artistas e técnicos apaixonados – profissionais e amadores. Este projeto é para todos: Uma Oportunidade! É nosso desejo fazer espectáculos em Portugal mas também no estrangeiro.
Ultramar – é um espetáculo de afetos. É sobre os que foram e os que ficaram , sobre os que nunca vieram de África.Sobre os que já nasceram cá e nunca lá foram conhecer a terra de origem.
Sobre os que Retornaram.
Histórias de amor e paz , de esperança e guerra.
Inspirado no universo de Mia Couto , fala de laços de ternura, da Liberdade – essa Madrugada que todos esperavam !
No peito de todas as personagens mora um eterno Abril, esse mundo melhor sonhado ainda hoje por todos , 50 anos depois. Com momentos poéticos e profundos e alguns bem humorados e musicais , questionamos essa condição humana ,tão abstrata e objetiva:
O que significa para nós 50 anos depois do 25 de Abril ser Livre!?Que países são esses , que pessoas são essas que lá ficaram nessas terras de luz e sombra?Essas terras onde milhares de Portugueses ainda hoje dizem terem sido