A concessão do Teatro Nacional D. Maria II à Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro acompanhou 45 dos 48 anos da ditadura do Estado Novo. Só a revolução levaria ao fim do contrato, em 1974.
Nesse período, o teatro português desenvolveu-se, afirmou-se e definiu-se na relação com o regime.
Recuperando a relação da companhia Rey Colaço-Robles Monteiro com o território nacional esta exposição estabelece ligações entre a prática artística e o seu contexto político e social, sublinhando relações entre os espetáculos apresentados e as diferentes camadas de representação (do país, da sociedade, do teatro e dos regimes políticos), potenciando a perceção pública de uma certa ideia de (e para o) teatro nacional, tanto enquanto edifício, como na sua missão.
Através de linhas temáticas comuns, são estabelecidas relações entre espetáculos distintos, propondo leituras que aprofundem a prática artística e a implementação de políticas, num trabalho que identifica princípios de resistência, mas também de participação nas atividades e ações do regime.
A partir de materiais documentais – figurinos e trajes, fotografias, registos sonoros e audiovisuais, programas, objetos de cena, imprensa –, produz-se um comentário crítico à história social e política que o país construiu, observando a permeabilidade e a resistência do teatro a essas realidades.
Imagem de: Arquivo Municipal de Lisboa- Coleção Jornal Diário de Notícias_PT_AMLSB-CMLSBAH_PCSP_004_JDN_000091