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Da poesia negra ao pan-africanismo de Argel: Cabral, cultura e libertação

Branwen Gruffydd Jones | 21 de maio de 2023

Em vez de olhar para a cultura em termos de raça, Cabral fomentou uma interpretação radical da cultura enquanto expressão do povo, enraizada nas relações sociais, que tornou possível a luta política.


Amílcar Cabral é um dos mais conhecidos pensadores e atores políticos do anticolonialismo africano, a par de figuras como Frantz Fanon e Kwame Nkrumah. O seu pensamento — desenvolvido num conjunto de ensaios, discursos, relatórios e artigos — constitui uma crítica radical do colonialismo e do imperialismo e promove reflexões e análises teóricas das lutas de libertação nacional contra o domínio colonial. Entre muitos outros temas, Cabral sublinhou a importância de se compreender a questão da cultura. O caráter original do pensamento de Cabral acerca da cultura pode ser compreendido se tivermos em conta as suas ideias relativamente à tradição da negritude no contexto dos debates ocorridos em África e no resto do mundo entre as décadas de 1950 e 1970.

O saxofonista de jazz Archie Shepp no Primeiro Festival Cultural Pan-Africano, em Argel, em 1969, onde se desenvolveu a ideia de africanidade em torno não da raça, mas da experiência histórica comum do colonialismo e da luta anticolonial ELEONORE BAKHTADZE/GETTY IMAGES

 

Série “O Mundo de Amílcar Cabral” (IX)

No âmbito da iniciativa “Amílcar Cabral, uma exposição”, patente no Palácio Baldaya (Lisboa, até 25 de junho), o PÚBLICO, em parceria com a Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril, publica uma série de 13 artigos sobre o percurso e influência de Amílcar Cabral. O nono artigo desta série é da autoria de Branwen Gruffydd Jones, professora de Relações Internacionais da Universidade de Cardiff, Reino Unido.

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O Mundo de Amílcar Cabral

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