Dirigentes associativos visitam exposição sobre Primaveras Estudantis
Estudantes que combateram a ditadura são exemplo de coragem. Alguns dirigentes associativos do presente visitaram a exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril”, realçando o exemplo de coragem dos seus antecessores que combateram a ditadura.
A convite da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril, os dirigentes estudantis foram guiados por Gil Gonçalves, um dos comissários, pela exposição que pretende mostrar a importância do movimento estudantil para a democracia portuguesa, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, até dia 4 de setembro.
No dia 24 de março de 1962, o Estado Novo proibiu as comemorações do Dia do Estudante e a polícia ocupou a Cidade Universitária, em Lisboa. Os estudantes tentaram reagir à forma como o regime de Salazar impedia, pela força, que se assinalasse aquele dia simbólico.
“O exemplo dos dirigentes estudantis do tempo da ditadura é, acima de tudo, a dissidência e a coragem que tiveram, perante tanta repressão e tanta perseguição de que eram alvo. Eram homens e mulheres feitos de outra fibra”, assinala Ricardo Rebordão, presidente da Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Particular e Cooperativo.
“Não estou a dizer que hoje não os possa haver, mas tendem mais a esconder-se…”, esclarece, realçando: “Enquanto estudantes, é-nos pedida alguma irreverência, capacidade de lutarmos por aquilo em que realmente acreditamos.”
Ana Leite, vice-presidente da Associação Académica de Lisboa, destaca as sementes deixadas pelos dirigentes estudantis dos anos 1960. “Houve uma base que veio para o futuro. Há coisas que estamos a perder e nas quais devíamos voltar a pegar. Isto devia servir como inspiração. É um orgulho saber que houve outras pessoas que fizeram este caminho. E ainda há muito mais para fazer, há sempre lutas para travar”, constata.
“A inspiração do movimento associativo dos anos 1960 é a dedicação, a bravura, a coragem dos estudantes, que se refletiu na sociedade e até no 25 de Abril. Se algo não está bem, temos de falar, não adianta termos medo”, corrobora Paulo Sousa, membro da direção da Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa.
A exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril” – que, depois de Lisboa, seguirá para Coimbra – é o ponto de partida para as comemorações oficiais dos 50 anos da revolução em Portugal.
24 de março a 4 de setembro – Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa : planeie a sua visita aqui
22 de outubro de 2022 a 5 de março de 2023 – Convento de São Francisco, em Coimbra: planeie a sua visita aqui
Fotografia: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril