Exposição «O MFA e o 25 de Abril» até 26 de junho na Gare Marítima de Alcântara
A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril inaugurou esta sexta-feira, dia 12, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, a Exposição «O MFA e o 25 de Abril», que evoca o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no derrube da ditadura e na construção da Democracia e estará patente até 26 de junho, com entrada livre.
A Exposição, que tem curadoria partilhada entre a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril e a Associação 25 de Abril, aborda a Guerra Colonial, o Movimento dos Capitães e o MFA, o dia 25 de Abril e o Legado do MFA: Liberdade, Democratização, Paz e Descolonização.
Na cerimónia estiveram presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o ministro da Presidência, António Leitão Amaro; o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo; a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues; a comissária executiva da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, Maria Inácia Rezola; o presidente da direção da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço; e o presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Carlos Correia.
A sessão inaugural contemplou uma visita guiada à Exposição pelo curador científico, comandante Pedro Lauret, e o lançamento do livro «Capitães de Abril. A conspiração e o golpe», da autoria dos jornalistas Rui Cabral e Luís Pinheiro de Almeida e prefácio de Maria Inácia Rezola.
O Presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Carlos Correia, recordou que “foi desta gare que partiram muitos dos nossos militares para os territórios ultramarinos e foi aqui regressaram depois do processo de descolonização.” O espaço onde agora está instalada esta exposição, afirmou o responsável, é “um repositório da história, da memória”.
A Comissária Executiva Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Maria Inácia Rezola, referiu que neste espaço “conta-se a história daqueles Capitães que, com enorme coragem, fizeram o 25 de Abril”. Essa história, acrescentou, “é deles, mas também de todos os portugueses.”
“Se um país não deve viver num culto ritualista do passado, também não vive o presente e projeta o futuro se esquecer o seu passado”, concluiu.
O Presidente da direção da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, afirmou que a Exposição demonstra que foram os Capitães de Abril os “principais protagonistas do derrube da ditadura”, e destacou o impacto internacional do momento fundador da democracia portuguesa. “O 25 de Abril está a ser comemorado intensamente no país, e continua a ser uma referência em todo o mundo. Com as ondas do neofascismo a aparecer, talvez as pessoas olhem para o 25 de Abril como uma referência de liberdade, democracia e paz.”
O Ministro da Presidência, António Leitão Amaro, defendeu que “cabe a todos dar aos portugueses mais democracia e mais desenvolvimento” e fez votos de que “estes 50 anos sejam um renovar da esperança no futuro.”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encerrando a cerimónia, afirmou que a ditadura “não teria caído quando caiu se não tivesse havido o Movimento das Forças Armadas.”
O chefe de Estado referiu ainda que existe “um consenso nacional óbvio relativamente ao 25 de Abril, à liberdade e à democracia.”
«O MFA e o 25 de Abril»
A Exposição ficará patente até 26 de junho, de quarta-feira a domingo, das 14h00 às 20h00. Visite a Agenda 25.04 e planeie a sua visita. A entrada é livre.
No âmbito da mostra expositiva, serão dinamizadas visitas guiadas, onde se inclui uma visita adaptada com Língua Gestual Portuguesa; conferências; debates e espetáculos. Os conteúdos serão ainda complementados por um dossiê multimédia, que ficará disponível no site da Comissão.
Fotografias: Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.