Exposição «O MFA e o 25 de Abril» evoca o papel dos militares no derrube da ditadura e na construção da Democracia
A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril inaugura esta sexta-feira, dia 12 de abril, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, a Exposição «O MFA e o 25 de Abril», que evoca o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no derrube da ditadura e na construção da Democracia. A Exposição tem entrada livre e está patente até 26 de junho, de quarta-feira a domingo, das 14h00 às 20h00.
Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva, afirma: “Esta iniciativa marca um ponto de viragem nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Depois de, em 2022 e 2023, termos evocado os movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar, temos recordado, em vários momentos, o papel central que os Capitães de Abril desempenharam no caminho que levou ao derrube da ditadura. Esta Exposição é o ponto de partida para revisitarmos os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas, abordando o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento. Esta é uma etapa fulcral na passagem de testemunho sobre a construção da democracia que estamos a desenvolver, sobretudo junto das novas gerações.”
Pedro Lauret, curador da Exposição, afirma: “Em 1973, Portugal enfrentava uma guerra em três territórios africanos que se prolongava há mais de dez anos em Angola e muito perto desse tempo na Guiné e em Moçambique. Um tão longo conflito foi implicando um esgotamento progressivo das Forças Armadas portuguesas. Os militares começaram a compreender que a guerra não tinha solução militar e que só uma solução política poderia pôr termo ao conflito. O agravamento da situação militar na Guiné colocava a possibilidade de uma derrota no campo de batalha, o que a veio criar receios acrescidos entre os combatentes. Perante a intolerância e a cegueira do regime, os militares do MFA compreenderam que os problemas das Forças Armadas e do país só teriam solução com o derrube do poder que há mais de quatro décadas oprimia o país. Foi o que fizeram no dia 25 de Abril de 1974. A exposição «O MFA e o 25 de Abril» trata desta problemática e coloca o MFA no centro do 25 de Abril.”
«O MFA e o 25 de Abril» tem curadoria partilhada entre a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril e a Associação 25 de Abril. Aborda a Guerra Colonial, o Movimento dos Capitães e o MFA, o dia 25 de Abril e o Legado do MFA: Liberdade, Democratização, Paz e Descolonização.
A Exposição será dinamizada através de visitas guiadas, conferências, debates e espetáculos, e complementada por um dossiê multimédia. A Comissão está ainda a preparar a realização de uma visita adaptada com Língua Gestual Portuguesa.
Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril até 2026
As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026. Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.
O período inicial das Comemorações tem sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA) começam a ser revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.