O 28 de Setembro resultou no afastamento do Presidente da República António de Spínola e das forças que lhe eram afetas de órgãos político-militares como a Junta de Salvação Nacional (JSN). Em termos governamentais, operaram-se também mudanças, com a demissão dos ministros da Defesa e da Comunicação Social, Firmino Miguel e Sanches Osório, respetivamente.
O III Governo Constitucional, empossado a 1 de outubro de 1974, é o segundo mais longo de todo o processo revolucionário português, abrindo uma fase de alguma estabilidade.
Cerimónia de tomada de posse do III Governo Provisório
Lisboa, 30 de setembro de 1974. Fotografia de Gouveia. Fonte: ANTT, Secretariado Nacional de Informação.
É também no rescaldo do 28 de Setembro que se constitui o Conselho dos Vinte, organismo que reúne todos os oficiais com funções político-militares: membros da JSN, da Coordenadora do MFA, comandante-adjunto do COPCON e ex-membros da Coordenadora que, nesse momento, desempenhavam funções de ministro ou Alto-Comissário. Procurava-se, desta forma, articular a intervenção política dos militares e evitar as decisões de cúpula da JSN.
Não obstante a imagem de normalidade que os principais dirigentes político-militares procuraram transmitir na sequência do 28 de Setembro, o tom catastrofista do discurso de renúncia de António de Spínola fez soar os alarmes nas chancelarias ocidentais, o que explica que entre os finais de 1974 e o início de 1975 a imagem internacional do país tenha sido uma das grandes preocupações do poder político.

