Concebidas como um instrumento de elevação cultural e consciencialização política das populações rurais portuguesas, que a prazo iria beneficiar a consolidação democrática, as Campanhas de Dinamização Cultural foram alvo de duras críticas, tanto nos objetivos como nos métodos. Destacaram-se sobretudo as acusações de dirigismo, paternalismo e falta de preparação dos militares. Entre as vozes mais críticas das Campanhas de Dinamização Cultural destacam-se Natália Correia, Sofia de Melo Breyner e Eduardo Lourenço. É deste último a expressão «chaimitização pedagógica».
Em termos concretos, os relatos mostram várias localidades em que os militares foram mal recebidos, pela associação dos mesmos a a projetos do Partido Comunista Português (PCP), especialmente após as eleições para a Assembleia Constituinte e com a ativação das elites locais e religiosas no norte e centro do país.
Todavia, a diversidade de atividades incluídas nas Campanhas de Dinamização Cultural, mudando ao longo do tempo, impede uma leitura universal dos impactos destas iniciativas e de outras que lhe sejam congéneres, tal como sugere o estudo de Sónia Vespeira de Almeida. Sabemos que muitas localidades, especialmente as mais isoladas e que foram visitadas pelas Campanhas tiveram, graças a estas intervenções, acesso a melhoramentos pontuais, mas reais, nas condições de vida, nomeadamente no acesso às infraestruturas (estradas e caminhos, abastecimento de água, parques infantis, etc.), mas também cuidados de saúde (e assistência veterinária) e o acesso à fruição cultural e à alfabetização.
Boletim n.º 4 editado durante a Campanha da Academia Militar no Distrito da Guarda. 24 de julho de 1974. Fonte: ADN, EMFGA