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O objetivo prioritário do então designado Encontro de Évora era preparar um ato de repúdio que obrigasse o governo a rever dois diplomas promulgados nesse verão na tentativa de minimizar o grave problema da falta de oficiais nas frentes de combate em África.

O primeiro, de 13 de julho (Decreto-Lei 353/73), permitia que a formação da Academia Militar fosse substituída por um curso intensivo de dois semestres, encurtando significativamente um processo que até então demorava quatro anos.

O segundo, de 20 de agosto (Decreto-Lei 409/73), em resposta aos primeiros sinais de contestação, solucionava o problema da ultrapassagem dos oficiais superiores (majores), mas mantinha a injustiça relativamente aos capitães e subalternos do Quadro Permanente. Ao invés de acabar com a contestação, o diploma retificativo contribuiu para a adensar.

 

No Monte do Sobral, decorreu um acalorado debate. Discutiram-se os problemas da classe e as consequências da aplicação da nova legislação. Os presentes decidem-se pelo envio ao Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, de um abaixo-assinado pedindo a revogação dos polémicos decretos-lei e ressaltando a questão do prestígio das Forças Armadas. O documento integra as assinaturas dos 136 oficiais presentes, juntando-se a 51 que prestavam serviço na Guiné. Posto a circular, recolhe ainda o apoio de cerca de três centenas de oficiais em serviço na metrópole, 97 a prestar serviço em Angola e 105 a prestar serviço em Moçambique. Em paralelo, os organizadores do encontro ficam responsáveis por constituir a primeira comissão do Movimento, contando, para o efeito, com a colaboração de Rodrigues de Castro e Carlos Clemente.

 

Abílio José Barbosa Monteiro de Macedo • Adelino Nunes de Matos • Albano da Gama Diogo • Alberto Freire de Matos • Alberto Nuno Lara Ponces de Carvalho • Albino Luís Ferreira da Cal • Alfredo Antunes Lopes • Alfredo Manuel da Costa Horta • Américo José Guimarães Fernandes Henriques • Aníbal José Rocha Ferreira da Silva • Antero Aníbal Ribeiro da Silva • António Afonso Gonçalves • António Alves Marques Júnior • António da Silva Fernandes • António da Silva Pinto • António dos Santos Vieira • António Feijó de Andrade Gomes • António Fernando de Oliveira Prata • António Gabriel Albuquerque Gonçalves • António José Guerra Gaspar Borges • António José Guerreiro Júdice • António José Sardoeira Pereira da Silva • António Loureiro da Costa • António Luís Ferreira Amaral • António Manuel Cachado Pessanha de Oliveira • António Manuel de Jesus Rosado da Luz • António Melo de Carvalho • António Ramos da Rocha • Aprígio Ramalho • Armando Fermeiro • Armindo José Pinto Machado • Armindo Medeiros Baptista • Arnaldo Carvalhais da Silveira Costeira • Augusto José Monteiro Valente • Boaventura José Martins Ferreira • Carlos Alberto Frias Barata • Carlos Alberto Maurício Gomes • Carlos Manuel Costa Lopes Camilo • Carlos Trindade Clemente • Cristóvão Manuel Furtado Avelar de Sousa • Dário Alberto de Azevedo Sobral • David Custódio Gomes Magalhães • David Manuel de Matos Martelo • Diamantino Gertrudes da Silva • Dinis Joaquim Brás Sebastião • Eduardo da Conceição Santos • Eduardo Dinis Leitão dos Santos Almeida • Fernando Frazão Fernandes Costa • Fernando Gil Almeida Lobato de Faria • Fernando Nuno da Silva Pinto • Fernando Pereira dos Santos Aguda • Florindo Eugénio Baptista Morais • Frederico Carlos dos Reis Morais • Hélder Manuel Veríssimo Neto • Henrique José de Castro Osório Maurício • Henrique José Pinto Correia de Azevedo • Henrique Manuel de Vasconcelos Bon de Sousa • Henrique Rosário Correia de Lacerda Ramalho • Jacinto Gonçalves Cabrita • João António Andrade da Silva • João Francisco Ramos do Rego Bayam • João Gabriel Bargão dos Santos • João Manuel Bicho Beatriz • João Manuel de Melo Mariz Fernandes • João Rodrigues Silva Ramalho Rocha • João Canteiro Capão • Joaquim José Pinto Carvalho de Oliveira • Joaquim Luís Dias Antunes Ferreira • Joaquim Rafael Ramos dos Santos • Jorge Alberto Ferreira Manarte • Jorge Manuel Henrique Caetano • Jorge Manuel Silvério José Alberto Cardeira Rino • José Amândio Gonçalves Trigo • José Augusto da Costa Abreu Dias • José Augusto dos Santos Rosário Simões • José Cabaço Louro • José Cândido Costa Pereira • José Cândido de Oliveira Bessa Menezes • José Clementino Pais • José Eduardo de Miranda da Costa Moura • José Eduardo Romano Pires • José Gomes Pereira • José Henrique Duarte Mendes • José Luís da Conceição Cardoso • José Luís do Vale Mesquita • José Luís Machado de Oliveira • José Manuel da Silva Pinto • José Manuel Freire Nogueira • José Manuel Geadas Piteira Santos • José Manuel Pinto Marques Nave • José Martins Cabaça Ruaz • José Nunes Celorico • José Nuno da Câmara Santa Clara Gomes • José Ribeiro Salgueiro • José Rui Borges da Costa • Leonardo dos Santos Freixo • Luciano Ferreira Duarte • Luís de Sousa Ferreira • Luís Fernando Gonçalves Riquito • Luís Filipe Candeias da Silva Barata • Luís Lopes Francisco • Luís Manuel de Oliveira Pimentel • Luís Manuel Gomes dos Santos Lopes • Manuel Bação da Costa Lemos • Manuel de Paiva Bastos • Manuel de Sousa Cardoso da Silva • Manuel Dias Chagas • Manuel Estevam Martinho da Silva Rolão • Manuel João Ferreira de Sousa • Manuel Macedo Marques • Manuel Maria Pontes Figueiras • Mário de Oliveira Cardoso Mário Eduardo Abrantes de Mendoza Frazão • Mário Ribeiro Baptista • Maximino Cardoso Chaves • Miguel António Fradique da Silva • Miguel Fernando Guint Barbosa • Moisés Carlos Correia Pedrosa Afonso • Pedro Fernando Azeredo Rosa Falcão • Pedro Manuel Lopes de Sales Grade • Raúl Alberto Laranjeira Henriques • Reinaldo Saboias dos Santos Madeira • Rodrigo Manuel Lopes Sousa e Castro • Rui Alexandre Cardoso Teixeira • Rui da Costa Ferreira • Rui Fernando Ribeiro Lucena Coutinho • Rui Manuel da Silva Ramalho • Rui Martins Rodrigues • Samuel Matias do Amaral • Valdemar José de Oliveira Patrício • Valdemar José Moura da Fonte • Vasco Augusto Pinheiro Gonçalves Capaz • Vasco Correia Lourenço • Vasco Prego Rosado Durão • Vitor Manuel Vicente Fernandes

*Falecido

 

Documento aprovado no Encontro de Alcáçovas e assinado pelos 136 oficiais presentes. Fonte: Arquivo pessoal Vasco Lourenço

No final do encontro, o Movimento dos Capitães era já uma realidade. Posteriormente renomeado Movimento dos Oficiais das Forças Armadas (MOFA) e rebatizado como Movimento das Forças Armadas (MFA), seria um ator político central da construção da democracia portuguesa.

 

Um ano depois do 25 de Abril de 1974, em entrevista à RTP, Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Lourenço e Vítor Alves, militares protagonistas da Revolução dos Cravos, recordaram as origens do Movimento dos Capitães.

 

#50anos25abril