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Criada em 25 de Fevereiro de 1970, a SEDES, Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, pretendia reunir intelectuais, técnicos, quadros de base “empenhados em actividades de promoção económica, social ou cultural”. Em concreto, agregava homens e mulheres relativamente jovens, com idades compreendidas entre os vinte e muitos e os quarenta anos, que partilhavam o desejo de uma sociedade pluralista e liberta de “estruturas ultrapassadas”.

A SEDES pretendia ser “politicamente descomprometida” e tecnocrática. Tinha por objectivos a promoção do planeamento; a democratização do ensino; o desenvolvimento do espírito científico; a multiplicação de formas de associação; a restruturação dos grandes ramos de actividade; a revisão do sistema fiscal; a criação de um sistema de segurança social; o desenvolvimento regional, o planeamento urbanístico e uma política de solos; e políticas progressistas ao nível da cultura, da ciência e da tecnologia. Para influenciar a sociedade portuguesa, organizava colóquios, criava grupos de debate e de trabalho e editava publicações contendo “perspectivas de acção”.

A SEDES pretendia ser “politicamente descomprometida” e tecnocrática. Tinha por objectivos a promoção do planeamento; a democratização do ensino; o desenvolvimento do espírito científico; a multiplicação de formas de associação; a restruturação dos grandes ramos de actividade; a revisão do sistema fiscal; a criação de um sistema de segurança social; o desenvolvimento regional, o planeamento urbanístico e uma política de solos; e políticas progressistas ao nível da cultura, da ciência e da tecnologia. Para influenciar a sociedade portuguesa, organizava colóquios, criava grupos de debate e de trabalho e editava publicações contendo “perspectivas de acção”.

 

É certo que nos encontros promovidos pela SEDES se discutia livremente, até sobre os assuntos mais delicados. Segundo informação da PIDE-DGS, datada de 2 de Fevereiro de 1974, terá sido numa destas reuniões que “o Dr. [Marcelo] Rebelo de Sousa disse que presentemente se verificava um certo movimento progressista no seio das Forças Armadas, que começara com o alistamento de milicianos saídos das Universidades, mas que hoje já se estendia a oficiais do quadro, principalmente tenentes e capitães e alguns oficiais de patente mais elevada. Estava convencido, disse, que num futuro próximo este grupo iria tomar uma posição na política do País, não pelo modo democrático (o que lamentava)”.

Contudo, o número de associados da SEDES não parecia assustar os indefectíveis do regime. Numa informação da Legião Portuguesa enviada à PIDE, é dito que em Maio de 1972 a SEDES contava com 500 membros, o que a milícia não considerava assustador.

Ofício da Subdelegação da DGS de Leiria, sobre colóquio subordinado ao tema “Os portugueses e a participação política”, que teve lugar nessa cidade. Foram oradores convidados Francisco Sá Carneiro, Rui Vilar e Marcelo Rebelo de Sousa. O ofício contém longos excertos das intervenções dos oradores. Fonte: ANTT, PIDE-DGS.

Ainda assim, para certos apoiantes do regime, a SEDES não era senão um “novo partido político” mascarado de associação. Do lado da oposição, muitos consideravam que a associação era apenas uma “humilde sucursal do governo”.

O surgimento da SEDES vai também chamar a atenção da imprensa internacional. O Daily Telegraph destacava que era primeira vez na ditadura que membros do governo e da oposição se uniam tendo em vista a profunda transformação da sociedade portuguesa. Para o periódico francês Le Monde parecia tratar-se de um partido político de oposição moderada.

Independentemente das reacções que suscitava, parece certo que esta associação serviria de incubadora para futuros actores da política democrática, onde vários dos seus membros viriam a ter um papel destacado.

Informação da Legião Portuguesa à PIDE-DGS, relativa a colóquio da SEDES em Torres Vedras. A informação faz referência à presença de Magalhães Mota. Fonte: ANTT, Legião Portuguesa.
Le Monde, 21 de Outubro de 1970. Nesta notícia destaca-se a autorização dada pelo governo à constituição da Sedes, "organização decidida a 'transformar' o país". Fonte: ANTT, PIDE-DGS.

#50anos25abril